Hoje,
vamos abordar as eleições que se aproximam e, mais que isso, a repetição
perigosa de sistemática utilizada nas eleições de 2012.
Na
maior cidade do Brasil, de forma mais acentuada, vemos uma verdadeira “guerra” eleitoral fomentada, mais especificamente,
pelo envolvimento de candidatos e religiões.
Na
Folha de São Paulo, de segunda-feira ─ 17/09/2012, consta a informação que a Arquidiocese de
São Paulo mandou distribuir às 300 igrejas, da capital, artigo de dom Odilo
Sherer com críticas a um dos candidatos à Prefeitura da cidade, por utilizar
religião, em sua campanha.
Qual
é a verdadeira intenção, por trás dessa perigosa “coligação” ─ política e religião?
Relembrando
tempos passados, percebe-se que algo de profundamente estranho está
acontecendo, no Brasil. Até a década de 80, tínhamos um envolvimento social
bastante intenso, com a política; boa parte de cidadãos tinha noção política,
mesmo sem seu exercício ─ ou por essa razão ─ já que
estávamos em plena ditadura.
O
movimento das Diretas Já, propiciou à
sociedade brasileira, exercer a força de sua voz; curiosamente, Fafá de Belém
ao interpretar, magistralmente, o Hino Nacional em diversas manifestações
públicas ─ por
insistência de Lula ─, fez germinar semente de participação social, mais
intensa.
Hoje
o que vemos, é um quase total afastamento
da população, de questões políticas; através de redes sociais, volta e meia
surgem mensagens de desestímulo ao voto e de opiniões propondo total afastamento político; não sei se são opiniões próprias ou
manipulações de grupos que querem, realmente, um povo completamente
alheio, para consolidar ─ domínio.
Essa não é a saída, essa não
é a solução.
A
responsabilidade de cada um de nós, com o destino de nosso voto é única e
exclusivamente, nossa e, vai mais além,
muito além do que simplesmente ─ votar.
Quem
de nós preocupa-se, por exemplo, em quem
votar para vereador? Estamos em nosso
próprio município; seria bem mais fácil pesquisar, de forma ampla, o candidato
de nosso interesse; poucos o fazem; preferem votar, nos já conhecidos, sem a mínima preocupação em saber como agiu em
legislatura (s) anterior (ores).
O oba-oba é total e absurdo!
Sem
que tenhamos a mínima consciência de que somos nós que pagamos pelo salário de
cada vereador, deputado etc., sem procurar conhecer um pouco dos candidatos, não nos cabe exigir qualquer padrão
comportamental, ético; nós mesmos não tivemos tal comportamento, ao elegê-los.
É
interessante pensar, por exemplo, como somos cuidadosos na admissão de
funcionários “do lar”; pedimos documentos, pedimos referências várias e, em
alguns, até exame de saúde, entre outros. Após admissão, observamos atentamente
o trabalho exercido; exigimos máximo cuidado com nosso patrimônio; exigimos que
desperdícios sejam evitados, etc.. Algum deslize maior, nós os demitimos.
Essa
mesma preocupação deveríamos ter em relação aos funcionários do País,
escolhidos e regiamente pagos, por nós.
Alguns
poderão argumentar que não podemos demiti-los; grande engano!
Pode
ser que dê muito trabalho, mas os abaixo-assinados podem resultar em ganho de
questão, de forma bem mais fácil, em âmbito municipal. Precisamos exercer nossos direitos; para isso,
precisamos conhecê-los e divulgá-los.
O
Plebiscito, por exemplo, pode ser exigido em casos decisórios de extrema
importância para o País ─ como um todo ─ e, sociedade.
É
necessário um começo mais sério de acompanhamento, das atividades parlamentares.
Mas,
quem poderia dispor de tempo para acompanhar seções de câmaras municipais? Quem poderia se dispor a acompanhar, até
mesmo via televisão, as seções do Congresso Nacional ─ Câmara e Senado?
Esse
acompanhamento, de cara iria nos dizer do quanto de tempo perdido com discursos
e mais discursos; se houvesse menos ostentação oratória, sobraria tempo para as
votações e não precisaríamos pagar por período legislativo extra, para dar conta de votações importantes que
ficaram, pendentes.
Tenho
opinião de que nós, da terceira idade, antenados em questões políticas e
sociais, sem filiação partidária, poderíamos prestar um excelente serviço à
sociedade, Municípios, Estados e País; temos tempo suficiente e vontade de
mostrar nossa visão mais abrangente,
colaborando com todos aqueles que desejariam fazer algo mas não sabem
como e que, pela exaustiva atividade
profissional, não encontrariam tempo disponível.
Além do mais, já não temos
amarras profissionais que poderiam frustrar/impedir, nosso ativismo.
As
redes sociais estão aí, disponibilizadas,
para se fazer bom uso, delas; elas seriam o meio eficaz de divulgação de
toda pesquisa e análise, feitas.
Essa
“mão de obra” está amplamente disponível; resta apenas aglutiná-la e apoiá-la
em seu benéfico, trabalho.
Seria
mais um movimento social sacudindo estruturas arcaicas buscando, das mais
diversas formas, despertar/incentivar o maior número possível, de brasileiros.
Começamos
o assunto, com o sério problema ─ em minha opinião, é claro ─ do envolvimento de
religiões com política; isso nunca deu certo; não é agora que vai dar ─ MUITO
PELO CONTRÁRIO!
Não tínhamos isso, no Brasil; não devemos admitir que crie raízes; já
chega o que aconteceu em 2010!
Precisamos EXIGIR de todo candidato exposição clara do que pensa fazer, de
posse de cargo que
nós vamos lhe, outorgar.
Precisamos exigir menos
barulho pelas cidades; precisamos exigir mais seriedade, competência,
objetividade nos debates.
Mais do que tudo ─
precisamos valorizar o nosso voto para ter o direito e o dever de impugnar ações
contrárias aos interesses do País, sociedade e instituições.
A tão aclamada Reforma Política, precisa e pode começar
com ações de grupos sociais esclarecidos, éticos e de visão ─
Holística.
Pode
parecer contraditória a forma de encerramento deste; entretanto, preciso dizer de um antigo sonho que,
provavelmente, demorará séculos para tornar-se
─ realidade.
“IMAGINE” que houve eleições e ninguém, votou.