26/11/2011
Conversando com um amigo que cursa Direito, comentou ele, que um de seus professores costuma dizer que o humano está sofrendo de sonambulismo intelectual.
Imediatamente, surgiu assunto para o post, de hoje.
O sonambulismo é considerado um transtorno comportamental do sono.
A pessoa afetada pelo sonambulismo pode desenvolver habilidades motoras simples e complexas.
Creio que um percentual imenso, da humanidade, pode ser caracterizado de sonâmbulo.
Explicamos.
Sonambulismo, para nós, faz lembrar piloto automático, recurso tecnológico ─ utilizado de forma mais intensa, em aviação ─ que permite execução, de várias manobras, sem interferência do piloto.
Acreditamos que grande parcela, dos animais humanos, tem suas atividades diárias praticamente desenvolvidas, como em estado de sonambulismo. Ligamos o piloto automático, já quando levantamos da cama; daí para frente, tudo é feito sem termos “consciência”, na integra, do que estamos fazendo; tudo é automático; nossos hábitos diários, dão as coordenadas, para as “manobras” do piloto automático.
Esse estado de quase sonâmbulo, nos mantém totalmente afastados de nós mesmos; saímos, chegamos, desenvolvemos as tarefas diárias, sem sequer questionar o que estamos fazendo e a razão de fazê-lo, desta ou daquela forma, sempre.
Aliado a esse sonambulismo, grande parte da humanidade parece hipnotizada; isto pode parecer quase a mesma coisa, mas não é. A parcela da humanidade com características de ter sofrido um processo de hipnose, revela tal estado, quando não percebe as consequências de suas próprias ações e de ações socialmente desenvolvidas; o termo mais usado para essa quase hipnose é ─ alienação; cabe muito bem, esse termo, pois o hipnotizado é um alienado de seus atos; ele não percebe que algo ou alguém o hipnotizou. Esse algo tem fundamento dentro da própria ciência; esta afirma, que a hipnose pode ser “ativada” por coação social. Cremos não ser necessário maiores detalhes, não é?
Do sonambulismo e hipnose, chagamos à mensagem subliminar ─ um certo hipnotismo disfarçado─ que traz, sempre embutido, um alto grau de persuasão.
O conceito moderno de subliminar surgiu com James Vicary, especialista em Marketing, isto em 1957. James fundou, na época, a empresa chamada de “Subliminal Projection Company”. Em uma conferência feita por ele, revelou à imprensa, ter patenteado nova técnica de vendas, denominada também por ele, de “projeção subliminar”. A projeção subliminar é captada pela percepção subliminar que, como o próprio nome indica, ocorre sem que a pessoa se dê conta, de tal.
A chamada percepção subliminar foi comprovada através de diversas experiências científicas.
Sonambulismo ou piloto automático das ações, realizadas sem a devida percepção; situação do animal humano de não estar presente, de forma perceptiva, em sua rotina de vida; a grande parcela, de humanos, age sem controle e/ou conhecimento real, de suas próprias ações.
Hipnotismo, detonado também, por coação social, principalmente dos meios midiáticos, que tentam induzir ─ e, na maioria das vezes, conseguem ─ estilos comportamentais, ideias deturpadas sobre sistemas, ideologias principalmente, os que o grande sistema, não aceita.
A propaganda, hoje, em sua maciça expressividade é subliminar, sem ser ─ ilegal.
Exemplos temos, em todas: propagandas de carros, sempre mostrando os melhores aspectos urbanos e sociais, emoldurados com belos homens e belas mulheres, fechando o “circuito”; propagandas de cosméticos, com modelos e/ou famosos do meio artístico, propondo este ou aquele produto, propondo que ao comprá-lo, terão cabelos, pele etc., iguais aos deles.
As propagandas que se destinam à família, mostrando sempre maravilhosos relacionamentos, felicidade quase indescritível; nenhum problema, nenhuma mácula, sempre associadas a este ou aquele produto; muitas pessoas acreditam que comprando, tais coisas, “transformarão” suas vidas em flores e perfumes, dos mais agradáveis.
Hoje, as propagandas direcionadas ao público infanto juvenil*, estão sob certo controle; isto não acontecia tempos atrás, quando apelos consumistas eram feitos por pessoas famosas, que simplesmente diziam, sem a mínima responsabilidade: quem é amigo de fulano ou fulana, compra este modelinho de roupa, compra este brinquedo, compra isso, aquilo, etc...
Com esse argumento, incitavam as crianças e enlouqueciam alguns pais sem recursos suficientes para comprar o sugerido; em contrapartida, causavam imensa e profunda decepção nas crianças impossibilitadas de “provar” sua amizade àquela figura televisiva, tão amada.
Quando falamos de uma grande parcela, da humanidade, é sempre destacando que não são todos os animais humanos ─ sonâmbulos, agindo através de pilotos automáticos; nem hipnotizados pelos próprios mecanismos do sistema, da sociedade. Nem todo humano, também, deixa de perceber as armadilhas consumistas, disfarçadas em belas e chamativas, propagandas. Os que se encaixam, neste parágrafo, são minoria ainda, é verdade; mas existem. Felizmente!
Maria ─ Estrela Lunar Amarela
*infanto juvenil ─ em acordo com a nova ortografia.
─ qualquer erro, por favor, nos comunique.
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