Fazendo uma
triagem em antigos escritos com intuito de eliminar os que não têm, ainda,
certa relevância, encontrei um artigo escrito em parceria com uma grande amiga
─ Gil baiana ─ companheira de horas e horas de discussões sobre os mais
diversos temas.
Esse artigo
─ título deste post ─ foi enviado no início de março de 1992 a diversas
revistas e jornais, como colaboração ao evento ─ RIO/92. Acompanhava o mesmo, algumas sugestões práticas e uma, em
especial, para que fosse feito um clip com a música ─ Last Rendez-Vous: Ron´s
Piece de Jean M. Jarre, explorando a temática, do referido artigo, com imagens
ilustrativas e texto, em acompanhamento.
Dentro de
nosso profundo envolvimento com o tema Ecologia consideramos, na ocasião, que
se algo como o proposto fosse executado haveria uma grande chance de atingir o
coração de grande maioria de pessoas e então, poderia nascer um movimento em
favor do Planeta Terra.
Nada
aconteceu salvo, uma ou outra resposta dizendo o de sempre; já esperávamos, por
isso, infelizmente.
Bem, vamos
ao artigo que virá todo em itálico, mesmo porque, em 2011 fiz postagem, dele.
MENSAGEM À MÃE TERRA
Enviamos a ti, Mãe Terra, uma
mensagem sem ter certeza que poderá ainda ouvi-la, entendê-la pois sabemos que
tu estás em fase terminal, agonizante em leito azul tentando, desesperadamente,
vencer a “morte” porque em teu seio palpitam os corações de teus filhos, tanto
dos inocentes quanto dos culpados pelos males que te afligem.
Tu estás praticamente só, abandonada
pois a teu lado estão apenas aqueles filhos teus que sentem e sabem o que está
acontecendo mas que nada, absolutamente nada podem fazer pois são indefesos, são
simples, são pobres, são inexpressivos dentro do sistema arcaico, corrompido,
degradante e sujo de poder político, econômico, religioso que apascentam,
envolvem e dominam mentes e corpos, impondo um “dopping” de ação prolongada que
cega, ensurdece e imbeciliza seres humanos em relação àquilo que lhes é
imprescindível à continuidade da vida, entre outras tantas coisas.
O mal que te aflige, tanto física
quanto emocionalmente, Mãe Terra, foi provocado pelos teus filhos, ditos
humanos e poderosos, donos de uma racionalidade cruel e egoísta e de uma
lógica, em muitos níveis, deformada e deformante.
Fisicamente, pensam que tu não tens
pulmões, que não respiras e assim, te sufocam com gazes mortais que penetram
pelas tuas narinas, minando teus pulmões, entupindo tuas artérias, destruindo
até teus neurônios, deixando-te quase sem domínio, de tuas próprias ações
causando assim, catástrofes em quase todos os pontos do teu corpo, Mãe Terra!
Fisicamente, pensam que tu não tens
veias e nem, que nelas circula teu sangue e assim “detritam” nos rios e mares, “detritam”
sempre, constantemente; “detritam” de tudo, a todo instante, em todo lugar.
Fisicamente, pensam que tu não tens
fígado e te dão como “alimento”, como “fortificante” os mais terríveis venenos
que te fazem contorcer de dor e te estraçalham os órgão, tudo em nome de
super-safras agrícolas que, em momento algum visam, prioritariamente, matar a
fome de seres humanos mas sim, aumentar prodigiosamente os lucros dos
detentores de poder econômico, através da venda de produtos altamente
contaminados por fertilizantes e pesticidas químicos.
Tampam a tua epiderme, Mãe Terra, com
grossas camadas de material que é extirpado de tuas próprias entranhas; depois
não querem que teus tecidos apodreçam e que surjam, nos mais diversos pontos,
as mais sérias e incuráveis doenças.
Pior ainda é o sofrimento emocional
que te é imposto, pois não sofrem as mães com o sofrimento de seus filhos?
E os teus filhos, ditos humanos, que
se autodeterminaram inteligentes, racionais, lógicos, poderosos, tornaram-se os
mais terríveis algozes de seus próprios irmãos, impondo flagelos a toda a
Natureza da qual, erroneamente, ainda consideram-se ─ reis.
Sabe, Mãe Terra, os teus filhos ditos
humanos, ainda ignoram que existe uma interdependência, uma interligação em
toda a Natureza; que ação e reação são dois lados de uma mesma moeda e que o
efeito bumerangue tarda, mas não falha.
Assim a cada machadada (para não se
falar em meios mais eficazes), que uma árvore recebe, ergue-se um grito de dor
que ecoa por todo o Universo e esse grito é “computado” juntamente com milhares
de outros para um dia, serem cobrados.
Os animais, milhares deles em
sacrifício nos abatedouros, choram pela dor do tempo de confinamento e, pelo
horror da morte imposta ─ não natural ─; essa dor, esse sofrimento impregnam-se
em seu sangue, em sua carne e vão “alimentar” o ser ─ dito humano ─ carnívoro.
E são tantos e tantos os teus
sofrimentos físicos e emocionais que tua aura aqui, ali, acolá mostra ─ para
quem tem olhos científicos, para ver ─, grandes buracos que preconizam mais
sofrimentos aos teus filhos e teu “fim”, talvez mais próximo.
Mãe Terra, sinto que o ar que ainda
respiramos, traz o teu pedido de socorro, os teus últimos clamores pois sabes,
Mãe Terra, que no momento de tua “morte”, todos os teus filhos morrerão, pois
ignoram os teus filhos ditos humanos, inteligentes, racionai e lógicos que, o
CORDÃO UMBILICAL que nos liga a ti, ainda existe ─ a despeito de toda tentativa
da engenharia genética para conseguir o contrário ─ e que, dependemos de ti
para continuarmos vivos em teu Ventre Universal.
Queríamos, Mãe Terra, que o
sentimento que temos por ti, pudesse aliviar teus sofrimentos, pudesse minorar
tuas dores, enxugar tuas lágrimas e, principalmente, SALVÁ-LA!
Sabe, Mãe Terra, apesar do teu
imenso, terrível sofrimento aqui, ali, acolá, existem traços ainda puros, de
tua Beleza Inigualável!
Bendita és tu, Mãe Terra! Benditos
são aqueles teus filhos que sofrem por ti e por toda a Natureza. Olhai por
eles, Mãe Terra, e que teu perdão se estenda a todos os teus filhos, ditos
humanos e poderosos, por terem se tornado os mais desumanos e cruéis, por
sugarem tua energia e teu ventre; por não conseguirem conscientizar-se que,
quando teu coração “parar de bater”, toda a Natureza silenciará e, como
embriões, que somos, apodreceremos em teu Ventre!
E pelo Universo, a notícia de tua
“morte” ECOARÁ! Teus irmãos, espalhados por esse mesmo e imenso Universo,
respirarão aliviados pelo fim do teu grande sofrimento, de teu carma que nos
parece ser ALIMENTAR EM TEU SEIO A IMPLACÁVEL RAÇA HUMANA, em seu estágio atual.
Nome: PLANETA TERRA
Causa Mortis: MALTRATOS FÍSCOS.
MRMM e GSC
Maria-Estrela
Lunar Amarela