terça-feira, 28 de janeiro de 2014

MENSAGEM À MÃE TERRA



 

Fazendo uma triagem em antigos escritos com intuito de eliminar os que não têm, ainda, certa relevância, encontrei um artigo escrito em parceria com uma grande amiga ─ Gil baiana ─ companheira de horas e horas de discussões sobre os mais diversos temas.

Esse artigo ─ título deste post ─ foi enviado no início de março de 1992 a diversas revistas e jornais, como colaboração ao evento ─ RIO/92. Acompanhava o mesmo, algumas sugestões práticas e uma, em especial, para que fosse feito um clip com a música ─ Last Rendez-Vous: Ron´s Piece de Jean M. Jarre, explorando a temática, do referido artigo, com imagens ilustrativas e texto, em acompanhamento.

Dentro de nosso profundo envolvimento com o tema Ecologia consideramos, na ocasião, que se algo como o proposto fosse executado haveria uma grande chance de atingir o coração de grande maioria de pessoas e então, poderia nascer um movimento em favor do Planeta Terra.

Nada aconteceu salvo, uma ou outra resposta dizendo o de sempre; já esperávamos, por isso, infelizmente.

Bem, vamos ao artigo que virá todo em itálico, mesmo porque, em 2011 fiz postagem, dele.

MENSAGEM À MÃE TERRA

Enviamos a ti, Mãe Terra, uma mensagem sem ter certeza que poderá ainda ouvi-la, entendê-la pois sabemos que tu estás em fase terminal, agonizante em leito azul tentando, desesperadamente, vencer a “morte” porque em teu seio palpitam os corações de teus filhos, tanto dos inocentes quanto dos culpados pelos males que te afligem.

Tu estás praticamente só, abandonada pois a teu lado estão apenas aqueles filhos teus que sentem e sabem o que está acontecendo mas que nada, absolutamente nada podem fazer pois são indefesos, são simples, são pobres, são inexpressivos dentro do sistema arcaico, corrompido, degradante e sujo de poder político, econômico, religioso que apascentam, envolvem e dominam mentes e corpos, impondo um “dopping” de ação prolongada que cega, ensurdece e imbeciliza seres humanos em relação àquilo que lhes é imprescindível à continuidade da vida, entre outras tantas coisas.

O mal que te aflige, tanto física quanto emocionalmente, Mãe Terra, foi provocado pelos teus filhos, ditos humanos e poderosos, donos de uma racionalidade cruel e egoísta e de uma lógica, em muitos níveis, deformada e deformante.

Fisicamente, pensam que tu não tens pulmões, que não respiras e assim, te sufocam com gazes mortais que penetram pelas tuas narinas, minando teus pulmões, entupindo tuas artérias, destruindo até teus neurônios, deixando-te quase sem domínio, de tuas próprias ações causando assim, catástrofes em quase todos os pontos do teu corpo, Mãe Terra!

Fisicamente, pensam que tu não tens veias e nem, que nelas circula teu sangue e assim “detritam” nos rios e mares, “detritam” sempre, constantemente; “detritam” de tudo, a todo instante, em todo lugar.

Fisicamente, pensam que tu não tens fígado e te dão como “alimento”, como “fortificante” os mais terríveis venenos que te fazem contorcer de dor e te estraçalham os órgão, tudo em nome de super-safras agrícolas que, em momento algum visam, prioritariamente, matar a fome de seres humanos mas sim, aumentar prodigiosamente os lucros dos detentores de poder econômico, através da venda de produtos altamente contaminados por fertilizantes e pesticidas químicos.

Tampam a tua epiderme, Mãe Terra, com grossas camadas de material que é extirpado de tuas próprias entranhas; depois não querem que teus tecidos apodreçam e que surjam, nos mais diversos pontos, as mais sérias e incuráveis doenças.

Pior ainda é o sofrimento emocional que te é imposto, pois não sofrem as mães com o sofrimento de seus filhos?

E os teus filhos, ditos humanos, que se autodeterminaram inteligentes, racionais, lógicos, poderosos, tornaram-se os mais terríveis algozes de seus próprios irmãos, impondo flagelos a toda a Natureza da qual, erroneamente, ainda consideram-se ─ reis.

Sabe, Mãe Terra, os teus filhos ditos humanos, ainda ignoram que existe uma interdependência, uma interligação em toda a Natureza; que ação e reação são dois lados de uma mesma moeda e que o efeito bumerangue tarda, mas não falha.

Assim a cada machadada (para não se falar em meios mais eficazes), que uma árvore recebe, ergue-se um grito de dor que ecoa por todo o Universo e esse grito é “computado” juntamente com milhares de outros para um dia, serem cobrados.

Os animais, milhares deles em sacrifício nos abatedouros, choram pela dor do tempo de confinamento e, pelo horror da morte imposta ─ não natural ─; essa dor, esse sofrimento impregnam-se em seu sangue, em sua carne e vão “alimentar” o ser ─ dito humano ─ carnívoro.

E são tantos e tantos os teus sofrimentos físicos e emocionais que tua aura aqui, ali, acolá mostra ─ para quem tem olhos científicos, para ver ─, grandes buracos que preconizam mais sofrimentos aos teus filhos e teu “fim”, talvez mais próximo.

Mãe Terra, sinto que o ar que ainda respiramos, traz o teu pedido de socorro, os teus últimos clamores pois sabes, Mãe Terra, que no momento de tua “morte”, todos os teus filhos morrerão, pois ignoram os teus filhos ditos humanos, inteligentes, racionai e lógicos que, o CORDÃO UMBILICAL que nos liga a ti, ainda existe ─ a despeito de toda tentativa da engenharia genética para conseguir o contrário ─ e que, dependemos de ti para continuarmos vivos em teu Ventre Universal.

Queríamos, Mãe Terra, que o sentimento que temos por ti, pudesse aliviar teus sofrimentos, pudesse minorar tuas dores, enxugar tuas lágrimas e, principalmente, SALVÁ-LA!

Sabe, Mãe Terra, apesar do teu imenso, terrível sofrimento aqui, ali, acolá, existem traços ainda puros, de tua Beleza Inigualável!

Bendita és tu, Mãe Terra! Benditos são aqueles teus filhos que sofrem por ti e por toda a Natureza. Olhai por eles, Mãe Terra, e que teu perdão se estenda a todos os teus filhos, ditos humanos e poderosos, por terem se tornado os mais desumanos e cruéis, por sugarem tua energia e teu ventre; por não conseguirem conscientizar-se que, quando teu coração “parar de bater”, toda a Natureza silenciará e, como embriões, que somos, apodreceremos em teu Ventre!

E pelo Universo, a notícia de tua “morte” ECOARÁ! Teus irmãos, espalhados por esse mesmo e imenso Universo, respirarão aliviados pelo fim do teu grande sofrimento, de teu carma que nos parece ser ALIMENTAR EM TEU SEIO A IMPLACÁVEL RAÇA HUMANA, em seu estágio atual.

                      Nome:             PLANETA TERRA

                      Causa Mortis:  MALTRATOS FÍSCOS.

 

MRMM e GSC

 

Maria-Estrela Lunar Amarela

 

 

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

RELEITURA



Terminei de ler, pela segunda vez, um livro apaixonante e desafiador ─ Universo Inteligente, de James Gardner.

James Gardner é um ensaísta científico, teórico da complexidade ─ algo relativamente novo, no campo científico e que tem a ver, sob minha ótica, com Pensamento Holístico e Visão Holística, o que torna a adoção da complexidade, algo relativamente tardio no campo científico pois desde os primórdios, ela se fez presente.

Vou tomar a liberdade de extrair da contra capa, um dos comentários feitos ─ parte dele ─ de autoria do Dr. Steven J. Dick, historiador-chefe da NASA, por ser, sob minha ótica, o melhor posicionamento sobre esse livro: “Você pode não concordar com tudo neste livro, mas garanto que será desafiado a repensar suas suposições básicas sobre o universo, a teologia e a própria vida.”

É exatamente isso que deverá acontecer a quem lê-lo!

Já no primeiro capítulo descortinasse a possibilidade do cosmos ser um computador gigante e a visão de Stephen Wolfram que postula, não a Teoria de Tudo ─ ardorosamente perseguida por tantos cientistas ─  mas sim, um Software de Tudo que, ─ conforme o próprio Wolfram ─ seria a mãe de todos os códigos-fontes, gerando não apenas os movimentos das estrelas e planetas, mas também o surgimento e a evolução da vida e da inteligência contando, para isso, com os denominados Autômatos Celulares que são uma classe especial de programas de software.

Wolfram, é claro, não está sozinho nessa proposição do cosmos como um computador gigante; outros o acompanham entre eles, Seth Lloyd ─ professor de engenharia mecânica do MIT ─ cuja proposição é de que esse computar é QUÂNTICO!

Nas palavras de Lloyd em seu livro ─ Programando o Universo ─ “a história do universo é...uma imensa computação quântica contínua. O universo é um computador quântico”.

Sou sincera em dizer que, mediante experiência que tive ─ narrada nos 3 livros EgoCiência e SerCiência ─, essa proposição me parece extremamente válida mesmo considerando que a ciência ─ mais especificamente a física ─ por mais avançada que esteja, ainda precisa concluir algo de extrema importância para a sequência de sua caminhada ─ A ENERGIA É PENSAMENTO, INTELIGÊNCIA E LINGUAGEM.

Cada capítulo desse livro, suscita inúmeras reflexões, questionamentos; ele parece ter a capacidade de reativar antigas sinapses, em nosso cérebro, além de estimular a criação de outras centenas.

O capítulo 2 é uma extensa abordagem dos caminhos traçados pela ciência, naquilo que foi denominada ─ VIDA ARTIFICIAL que, como campo de pesquisa é muito jovem, ainda, datando seu início em 1985, em uma conferência realizada em Los Alamos National Laboratory; entretanto, Gardner coloca um pensamento de Thomás Hobbes, extraído de seu famoso Leviatã, obra essa publicada em 1651:

“Do mesmo modo que tantas outras coisas, a Natureza (a Arte pela qual Deus fez e governa o Mundo) é pela Arte dos homens imitada em muitas outras coisas e também nisto: que lhe é possível fazer um Animal Artificial. Pois vendo que a vida não é mais do que um movimento dos Membros, cujo início ocorre em alguma parte principal interior, por que não poderíamos dizer que todos os Autômatos (máquinas que se movem por meio de molas erodas, como um relógio) têm uma vida artificial?”

Incrível! Passados 334 anos dessa “proposição” de Hobbes, foi lançada a corrida frenética para a a-life soft, principalmente. Essa a-life soft é algo fantástico e assustador, ao mesmo tempo.

O capítulo três descortina outra incrível e assustadora possibilidade ─ a de uma singularidade tecnológica que permitirá atingir um nível transumano de consciência e inteligência, graças a máxima otimização da IA ─ Inteligência Artificial ─ levando à  “criação” hibrida ─ homem/máquina ─, que definirá a inteligência computacional transumana.

Um nome se destaca nessa quase enlouquecedora possibilidade ─ Ray Kurzweil cientista da computação e futurista, sendo conhecido nos meios científicos como o ─ Novo Darwin, pois para estabelecer bases bem sólidas para suas proposições, revisitou tudo sobre Darwin que postulou a hipótese da especialização por meio da seleção natural enquanto Kurzweil, postula a seleção artificial para que tal, aconteça.

O capítulo 4 trata, especificamente, da busca por vida denominada ─ extraterrestre e, logo em seu início Gardner coloca uma citação da física espanhola Beatriz Gato-Rivera sobre Giordano Bruno, incrível visionário do século XVI, devidamente queimado por ordem da Igreja em 17 de fevereiro de 1600.  Gato-Rivera disse: “[Bruno] afirmou que o sol era apenas uma estrela entre milhares e que, como o sol, muitas outras estrelas teriam também planetas à sua volta e seres vivos habitando-os.” Por essa especulação científica, Giordano Bruno passou a ser considerado o primeiro estudioso ocidental a articular possibilidade de vida em outros planetas.

Nesse capítulo 4 e no seguinte, podemos ver como andam as pesquisas, nessa área e as diretrizes do famoso ─ Projeto SETI.

Do capítulo 6, também espetacular tratando, inclusive, da possibilidade de criação de universo bebê, em laboratório, darei destaque a um posicionamento de Roger Penrose: “É bem provável que o século XXI revele insights ainda mais profundos e maravilhosos do que aqueles com que fomos abençoados no século XX. Mas, para isso acontecer, precisaremos de novas ideias poderosas, que nos encaminharão em direções significativamente diferentes daquelas que estão sendo trilhadas, Talvez o mais necessário seja uma mudança sutil de perspectiva ─ alguma coisa que passou desapercebida a todos nós...”

Ao final deste post, falarei a razão de citar, em específico, Penrose.

Do capítulo 7, deixarei apenas o título, por questões óbvias: Será que a Religião sobreviverá ao Contato? (com extraterrestres, é claro)

O capítulo 8 é inteiramente dedicado à hipótese do Biocosmos Egoísta, desenvolvida pelo próprio autor, do livro. Como o próprio autor diz ─ “A essência da hipótese do Biocosmos Egoísta é que o universo que habitamos está no processo de ficar impregnado de vida cada vez mais inteligente ─ mas não necessariamente vida humana ou sua sucessora.”

O capítulo 9 Alfa ↔ Ômega, traz uma análise brilhante sobre a questão do início e do possível fim, do universo, contemplando uma série imensa de questões envolvendo a Cosmologia, a Teoria da Relatividade, de Einstein e a Física Quântica.

Enfim, esse livro é sensacional, sob vários aspectos; relendo-o, observei uma série de comentários que costumo fazer ─ em livros de maior interesse ─ nas próprias páginas, além dos destaques ─ inúmeros ─ feitos em pontos considerados principais.

No capítulo 6, coloquei o comentário de que, a meu ver, a ótica de busca por vida inteligente em outros espaços do universo, é errada; os cientistas ainda fazem do animal humano e do Sistema Vida ─ Planeta Terra a baliza para pesquisas sobre extraterrestres. A ciência ainda está presa em vários paradigmas, não conseguindo enxergar que suas próprias ideias atuais a impele a cogitações de níveis diferenciados, dos atuais. Pelo menos conseguem admitir que conhecem a Vida, sob a ótica da própria vida existente no Planeta Terra. E se houver tantas outras, totalmente diferenciadas, sequer imaginadas? Eles ainda questionam a possibilidade ─ ou não ─ da vida ter sido um acidente cósmico; minha resposta é um estrondoso NÃO e creio que muitos deles também pensam isso mas têm medo das consequências, dessa resposta, para a própria estrutura científica.

No capítulo 5, observo que um grande número de cientistas pensa, de forma totalmente equivocada, que o possível encontro entre o animal humano terreno com seres extraterrestres poderá resultar numa ajuda nossa, para modelar o futuro do universo e transformá-lo, de uma coleção de átomos sem vida numa mente imensa e transcendente. Esse tipo de pensamento é de uma pequenez tão grande para mentes tão complexas e maravilhosas, que nos deixa triste; se nós, simples viventes da grande massa pensamos que somos únicos e maravilhosos, que somos o centro de tudo que gira a nossa volta, existe desculpa para tal ilusão; eles, entretanto, estão em outro patamar de conhecimento; assim, para eles, não há desculpa em pensar que os átomos não têm vida e que não existe, ainda, essa Mente Imensa e Transcendente que eles pensam em ajudar a “existir”!

Muitas e muitas outras observações foram feitas; não cabe aqui citar todas; encerro, entretanto, com uma que considero a mais importante e séria de todas e, que explica a razão de ter postado, do capítulo 6, aquele pensamento de Penrose.

A CIÊNCIA AINDA NÃO SE DEU CONTA DE QUE A ENERGIA É PENSAMENTO, INTELIGÊNCIA E LINGUAGEM!

 

Maria ─ Estrela Lunar Amarela

algum erro, por favor nos informe.

 

Livros disponibilizados para download:

EgoCiência e SerCiência ─ Ensaios


 
EgoCiência e SerCiência ─ em Busca de Conexões Quânticas


 
EgoCiência e SerCiência vc. Algumas questões humanas