Esse
não é título sensacionalista; ele é baseado em fatos reais que vamos abordar,
neste.
É
praticamente inacreditável o que está acontecendo; inacreditável, não em função dos que estão
trabalhando na tentativa de “criação”
desse risco e sim, porque nem o próprio PAÍS, como um todo, escapa das garras ferozes de sistemas midiáticos
capitalistas/neoliberais ─ tanto impressos como televisivos ─ que se curvam, docilmente,
ao “sr.” Mercado, monstro multifaceado e
reduto de alguns facínoras capitalistas.
A
conceituação padrão de Mercado, como
espaço físico ou virtual propício às condições de troca de bens e serviços
é inocente demais para que hoje, o aceitemos como tal. Ele, assim se apresenta
em sua faceta “popular” “exotérica”; entretanto, sua faceta obscura,
desconhecida da grande maioria dos animais humanos, sempre existiu mantendo,
entretanto, certa “discrição” em sua atuação, durante algum tempo.
Hoje,
Mercado tem sua “roupagem” diferenciada, mostrando a estreita relação entre ele
e os investidores; mercado e
investidores viraram quase ─ sinônimos,
abertamente utilizados.
Vejam.
Podemos
ouvir em noticiários ou ler, em mídia
impressa, por exemplo: o mercado reagiu de forma negativa a tal ação governamental ou, os investidores não estão satisfeitos com
determinada ação de governo. Ora dizem Mercado para no momento seguinte
falarem ─
Investidores, proclamando a “excelência” de ambos, em suas “análises”.
Então, pela forma como isso é “informado” fica
a impressão ─ em
quem assiste/ouve noticiário ou lê determinados jornais/revistas ─ de que o governo em
questão, seja ele de onde for, está
agindo errado; é exatamente essa interpretação, que as grandes mídias corporativas querem e
usam de todos os expedientes para que tal, suceda.
É o que está acontecendo, no Brasil.
Há
mais de um mês, venho acompanhando ─ mesmo que a contragosto ─ alguns noticiários,
debates de uma das mais ferozes mídias televisivas, representativa do
capitalismo neoliberal extremo; também leio, diariamente, um jornal de
circulação nacional que apresenta o mesmo perfil.
A
mais “nova” atitude deles, é apresentar como “sábios” econômicos, alguns fantasmas
do passado que assessoraram o governo mais neoliberal que tivemos, àquele que
cumpriu, fielmente, todas as chamadas lições de casa impostas pelo FMI e
outros organismos internacionais, esses mesmos que agora pregam, a um número
enorme de países com sérios problemas achatar salários, cortar gastos com o
social, privatizar etc., etc., etc., tudo que tivemos aqui mesmo, no Brasil.
Aliás,
na mídia televisiva em questão, há a presença de uma repórter que só agora
tomei conhecimento da razão de tanto rancor, de tanta maledicência com o
governo atual e passado; acontece que ela é mulher de um dos marqueteiros do
partido de extremo neoliberalismo que existe, no Brasil, e ela vem de um jornal
de circulação nacional tão abertamente parcial, como essa mídia televisiva.
Vejo
dois grandes problemas, do povo brasileiro, em relação a essa acirrada campanha
contra o País; o primeiro, é nossa conhecida falta de memória; o outro, nossa precária
disposição à pesquisa.
Será
que nós, que temos mais de trinta anos, não conseguimos lembrar o que era o
País? Será que não lembramos como sofreu
o povo com desemprego maciço, com achatamento salarial ─ certas categorias ficaram mais de 8 anos sem reajuste ─, com salário mínimo igualmente achatado, com fechamento
de escolas técnicas, com privatizações (quase doações) de importantes empresas
estatais que, de tão sérias, mereceram
comentário de Noam Chomsky em seu livro ─ O lucro ou as
pessoas? ─
comentário esse, mais específico, sobre a Vale do Rio Doce?
O
outro grande problema é nossa inabilidade/preguiça em pesquisar; hoje, com os recursos disponíveis,
temos campos imensos para pesquisa;
basta buscar sites como, por exemplo, FGV, IBGE para que nos disponibilizem todos os
índices necessários, para fundamentar argumentações do Brasil de ontem e do
Brasil de hoje; se somos, como país, analisados por números então, é só baixar
os arquivos e conhecer a realidade, de
cada época.
Em
edição da revista Veja de 23/01/2002, artigo informou ao povo brasileiro que
tínhamos 53 Milhões de pobres e que
desse montante, 23 Milhões viviam
abaixo do nível de pobreza ─ viviam na Miséria!
É
mais que evidente que esse número foi fruto de anos e anos de completa ausência
de políticas públicas, sérias. É justiça
dizer que isso não foi apenas culpa do governo de FHC; muitos outros cooperaram,
para tal.
Sempre
toco nesse ponto por considerá-lo extremamente importante; se anos e anos foram
necessários para o que foi informado por essa revista ─ o que me pareceu estranho,
vindo de onde veio ─, dez anos de
governo do PT conseguiu resgatar quase 40
Milhões de pobres/miseráveis!
Cito
governo do PT, pois essa é a realidade,
independentemente de como a burguesia costuma “analisar” (se é
que tem competência, para tal) esse partido, justamente por ter nascido da classe
trabalhadora e não do seio de conservadorismo mofado.
Além
disso, como não tenho filiação partidária e nem credo religioso, levo em
consideração a atuação pessoal, de governantes, independente de partidos,
exceção feita a apenas um que dificilmente me fará votar em quem por ele for
indicado, principalmente para cargo
máximo da Nação.
Gostaria
que aqueles que por acaso venham a ler este post,
entendam que não são as críticas sobre
determinadas situações e/ou problemas de governança, que me despertam indignação; é a forma como os comentários são feitos; são
caras
e bocas desdenhosas; são semblantes extremamente felizes quando algum
problema surge; são os mas,
os entretanto,
os apesar
disso que sempre acompanham algum comentário sobre situações
favoráveis, do País e isso, não é de agora; está apenas pior e mais claramente evidenciado que essa forma de
governar não é o que o capitalismo
neoliberal quer; então, a mídia
capitalista/neoliberal, através de seus meios, cumpre apenas o que é
determinado pelo Sistema, pelo “sr.” Mercado, por pretensos Investidores, e o fazem, sem
a mínima consideração com o País, com o povo;
agem sem a cautela necessária em relação aos sérios problemas mundiais,
causados por essa mesma tríade acima
mencionada e que o Brasil, independente de tudo, ainda está conseguindo se
safar das consequências piores.
O
Brasil tem muito, muito ainda, a ser feito; esses últimos 10 anos de governo
foram importantes para arrumar um pouco, o país; para aliviar a carga
pesadíssima que recaia sobre a maioria do povo brasileiro; para fazê-lo ter uma
visibilidade mais saudável e dinâmica, interna e externamente.
Entretanto,
observa-se claramente, que após determinadas ações do governo Dilma ─ entre elas a promessa de
baixar em 20% o preço das tarifas de energia elétrica, o que fez com que o
Marcado/Investidores, derrubassem o
valor das ações, na Bolsa de Valores ─ começaram os mais diretos, considerando tal ação como
intervencionismo
governamental coisa totalmente inaceitável, pelo “sr.”
Mercado/Investidores.
É PRECISO ESTAR ATENTO EM TUDO QUE ESSAS
MÍDIAS VENHAM A “INFORMAR”, qualquer
descuido nosso e poderemos ter algo parecido com o que aconteceu no Paraguai e,
em muitos outros lugares. Não nos esqueçamos, ainda, que graças ao
arbítrio do Supremo Tribunal Federal, ilações
poderão ter o mesmo valor de provas
irrefutáveis; isso é extremamente
perigoso, até mesmo para a democracia.
A insuflação popular, tão conhecida e
de domínio das mídias capitalistas/neoliberais,
é sua forma corriqueira de ação; tentaram usá-la recentemente, quando do
julgamento da ação 470; mas o tiro saiu
pela culatra e isso fez com que criassem outra roupagem, muito mais agressiva,
irônica e com intenções outras que não ─ informar. Por essa razão lutam tanto contra o que
eles denominam de controle dos meios de comunicação; não querem perder o
“direito” de “informar” em acordo com as regras dos jogos de poder, do Sistema.
Agora
batem firme nos “apagões” alardeando possibilidades de: comentam,
desdenhosamente, sobre o Pibinho brasileiro; falam das
concessões que estão sendo feitas, apregoando que o partido do governo sempre
foi contra privatizações e não explicam, de forma alguma, que concessão
tem diferença de privatização. Mas enfim, é
exatamente confundir uma das regras básicas da insuflação popular.
Sei
que não é fácil, mas o que mais desejo é que a sociedade brasileira torne-se cada vez
menos dependente desse tipo de mídia; que saiba buscar informações mais
verdadeiras; que questione, que pesquise.
Também
desejo, ardentemente, que se chegarmos a algum ponto crítico, a sociedade saiba
se unir e não permitir que seja jogado ralo abaixo, tudo que foi arrumado/conseguido, até agora, justamente para que não seja abortado o
círculo virtuoso, principalmente social,
pois ainda temos um grande contingente de pobres, que também necessita ser
resgatado.
Espero,
ainda, que sejamos responsáveis por
nossos atos e não façamos, como fazem os
fracos, que viram rapidinho, a casaca, quando algo não está mais, tão a gosto. O
Sistema, o sr. Mercado, os Investidores e os sistemas midiáticos, em
questão,sempre apostam nessa
possibilidade.
Vamos
encerrar com dois pensamentos que cabem, perfeitamente, no contexto deste
esperando, sinceramente, que a previsão do primeiro não se concretize e
pontuando, em referência ao segundo, que
a indignação justa, é de extrema
importância em diversas, situações.
“Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária,
demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela própria.” JOSEPH POLITZER (1847/1911)
“Sin indignación, nada grande y
significativo ocurre em la história de la hunanidade.”
Michel
Löwy
O
pensamento acima, é também chamada para
uma excelente entrevista dada por Michel, disponibilizada em:
http://www.vientosur.info/spip/spip.php?article7567 ou no site da
Fundação Osvaldo Cruz.
Maria-Estrela Lunar Amarela
─ qualquer erro, por favor, nos informe.