sexta-feira, 28 de março de 2014

I CHIG e 2014 - Brasil/Mundo



No dia 20 ─ quinta-feira passada, pedi permissão ao I CHING para consultá-lo a respeito do Brasil e do Mundo, neste ano de 2014.

Antes de entrarmos nas respostas dadas pelo I CHING às questões citadas acima, creio interessante esclarecer alguns poucos pontos a respeito do próprio livro, isto em atenção a quem possa não ter muito conhecimento, sobre.

Vamos pegar, para isso, alguns parágrafos do Prefácio à Edição Brasileira da tradução mais conhecida no ocidente que é a de Richard Wilhelm.

O que hoje conhecemos com o nome de I Ching, o Livro das Mutações, surgiu no período anterior à dinastia Chou (1150-249 a.C), com figuras lineares, compostas de linhas inteiras e linhas interrompidas, superpostas em conjuntos de três e seis linhas, chamados “Kua” (signo).

Somente em 1882, os “kua” receberam a denominação de “trigrama e hexagrama” para determinar, respectivamente, a formação de 3 e 6 linhas.

Nesse mesmo prefácio, a que nos referimos acima, em itálico, temos algumas ponderações sobre o uso do livro, como oráculo. Vejamos alguns parágrafos, dessa parte.

Sobre o uso oracular do Livro das Mutações

O Livro das Mutações tem sido utilizado como oráculo desde a Antigüidade.

...

O I CHING não é apenas (nem primordialmente ) um oráculo. Ele é também um oráculo. E essa sua faceta é, inclusive, quase irrelevante se confrontada com a riqueza da sabedoria contida nos Kua.

...

A formulação da pergunta tem um papel decisivo no êxito ou fracasso da consulta (no sentido da compreensão ou não da resposta obtida). O Oráculo , segundo a tradição chinesa, nunca falha. Suas respostas são sempre claras e precisas; porém o nosso entendimento é, muitas vezes, turvo e confuso. ...Todas as barreiras e obstáculos à compreensão da resposta estão em nós e não no oráculo.

O que colocamos acima, teve a intenção primária de sinalizar a antiquidade do I CHING, bem como esclarecer, em parte, seu uso como oráculo.

Particularmente, só consultei-o, antes desta, apenas 3 vezes, isto, desde a época em que entrei em contato com ele ─ maio de 1989 ─ duas delas relacionadas ao livro EgoCiência e SerCiência ─ Ensaios e outra, a uma amiga, em questão extremamente séria, de sua vida, que ultrapassava o puramente pessol.

O I CHING, como oráculo, não é para banalidades; só deve ser consultado sobre assuntos que estão além do corriqueiro, do banal.

Posto isso, vamos ao medular, deste.

A primeira pergunta feita, nessa consulta foi:

I CHING, o que está previsto para o Brasil, em 2014?

A resposta veio em 2 hexagramas; o 1º indicou a necessidade ─ pela existência de uma linha negativa móvel, em sua formação ─  de complementação através do 2º hexagrama, indicado por essa linha.

Bem, fiquei 3 dias na dúvida entre compartilhar as informações ou mantê-las, apenas comigo. Tão grande foi a dúvida que precisei consultar, mais uma vez, o I CHING para interpretar sua resposta, sobre essa dúvida particular, justamente pela delicada informação recebida.

O hexagrama que veio, não deixou dúvidas; estava certa, em razão de minha intuição, na dúvida sentida.

Há certas coisas que, se colocadas a público, podem causar interpretações totalmente errôneas, tendenciosas, perigosas;  com certeza, seria esse o caso.

A única coisa que posso dizer é que estamos em um período bastante instável, perigoso mesmo, da vida pública; foi salientado que apenas um sábio, dentro da esfera pública/política, poderia se adiantar ao problema futuro, tomando atitudes corretas. Como não temos sábios, quase em nem uma área, muito menos na esfera pública/política, só sobrou o alerta para MÁXIMA CAUTELA, em relação aos acontecimentos de 2014.

A 2º pergunta feita, nessa consulta foi: I CHING, o que está previsto para o Mundo, em 2014?

O hexagrama que saiu, após as jogadas, foi o de número ─ 12.PI/ESTAGNAÇÃO

Colocarei todos os pontos que são pedidos, para análise/compreensão da resposta; virá tudo em itálico.

Este hexagrama é o oposto do precedente. O céu está acima, retirando-se cada vez mais, enquanto a terra abaixo mergulha nas profundezas. Os poderes criadores estão dissociados. É a época da estagnação e do declínio.

JULGAMENTO

ESTAGNAÇÃO. Homens maus não favorecem a perseverança do homem superior. O grande parte, o pequeno fica.

Céu e terra estão dissociados, e todas as coisa tornam-se entorpecidas. O que está acima não se relaciona com o que está abaixo e na terra prevalece a confusão e a desordem. O poder da escuridão está no interior e o poder da luz, no exterior. A fraqueza está no interior, a rigidez, no exterior. Os inferiores estão no interior, os homens superiores estão no exterior. O caminho dos homens inferiores está em ascensão, o caminho dos homens superiores, em declínio. Porém os homens superiores não se deixam afastar de seus princípios. Mesmo quando não podem exercer influência, permanecem leais a seus princípios e retiram-se para a reclusão.

IMAGEM

Céu e terra não se unem: a imagem da ESTAGNAÇÃO.

Assim o homem superior recolhe-se a seu valor interno de modo a evitar dificuldades.

Ele não permite que o honrem com recompensas.

Quando em virtude das influências de homens inferiores prevalece uma desconfiança mútua na vida pública, torna-se impossível uma atividade frutífera, porque os fundamentos estão errados. Assim sendo, o homem superior sabe como deve agir em tais circunstâncias. Ele não se deixa seduzir pelas fascinantes ofertas para participar de atividades públicas, pois com isso iria apenas se expor ao perigo, já que não poderia concordar com as vilezas dos outros. Ele, portanto, oculta seu valor, retirando-se a reclusão.

Não vejo necessidade de qualquer comentário adicional; o I CHING disse tudo, sem rodeios, da realidade vivenciada, pelo mundo.

Como o próprio I CHING deixa mais que claro, estamos sempre em constante mutação; nada, absolutamente nada deixa de seguir essa ordem da própria Natureza, do próprio Universo; tudo muda, se transforma, minuto a minuto.

O que se detecta, numa consulta oracular, é o exato momento que está vigorando a realidade doTodo, da pergunta.

Segundo a Física Quântica, em todos os momentos existem possibilidades quânticas, superpostas; uma delas pode tornar-se “real” sob esta ou aquela razão;  entretanto, as outras possibilidades continuam no aguardo de algo que as faça emergir da possibilidade para a “realidade”. O I CHING, de certa forma, chama atenção para isso.

As previsões para o Brasil e para o Mundo, obtidas através de consulta, apesar de ter a absoluta clareza do momento atual em sua resposta ─ algo que aqueles que conhecem mais a fundo o I CHING sabem ser de total o índice de acerto ─ mesmo assim, algo pode ocorrer e simplesmente alterar parcial ou totalmente,  aquela realidade percebida, naquele exato momento.  No I CHING, até isso está, digamos assim, contemplado; quando um hexagrama dado em resultado do jogo, conduz a outro ─ complementar ─  quase sempre é sinal de existência  de possibilidades complementares ou mudanças radicais, em sendo tomadas decisões corretas; em relação ao Mundo, isso não ocorreu, o que não nos surpreende, nem um pouco.

Não pude, por motivo de força maior, cumprir com a intenção, comentada por mim, no facebook, de postar ─ na íntegra ─ em blog, o resultado da consulta.

 

Maria-Estrela Lunar Amarela

 

Algum erro detectado, por favor, nos informe.

 

 

 

 

 

 

 

 

segunda-feira, 17 de março de 2014

MULHERES & CONSUMISMO



Com absoluta certeza o assunto provocará reações desagradáveis com a possível leitura, deste post.

Entretanto, faz muito tempo que a abordagem dele martelava, insistentemente; não gostaria que fosse entendido como crítica; talvez como colaboração a reflexões, sim.

Sinto que nós mulheres sempre fomos ─ e somos ─, principal alvo das propagandas que alardeiam o consumo exagerado ─ Consumismo.

Antes de tudo, observemos que há uma gritante diferença entre consumo e consumismo independentemente da raiz mesma que é: destruir, extinguir, devorar.

O animal humano, consome desde que nasce; nos primeiros estágios, de forma indireta pois, na maioria das vezes, o tudo pensado, principalmente pelas mães, como necessário e/ou agradável ao bebê é desejado e adquirido por elas, mesmo que elas não sejam, em maioria, responsáveis pelo aporte financeiro, para tal.

Mas, não vamos ficar perambulando, por questões periféricas ─ mesmo importantes ─, sobre; isto deixaria o texto muito mais longo e quiçá, cansativo.

Entremos direto.

O que acontece com nós mulheres quanto nossa profunda necessidade de consumir, exageradamente? Por que temos a compulsão de ter mais do mesmo, que já temos?

Isso fica evidenciado numa rápida passagem por qualquer shopping; o maior número de lojas são destinadas às mulheres, incluindo as de produtos para decoração e, claro, às crianças; aos homens é dada pouca opção mas, falaremos deles, depois.

Por que precisamos ir a shoppings tantas vezes, por semana? Por que sentimos necessidade de chegar em casa com sacolas e sacolas de compras? Por que precisamos ter dezenas de pares de sapatos; dezenas de tipos de cremes faciais/corporais ─ creme para as manhãs, tardes, noites e talvez, madrugadas? Cremes para esticar, alisar, tirar manchas, tirar rugas, tirar..., tirar..., tirar; cremes para proteger olhos, boca, nariz, barriga, dedos dos pés etc., etc., etc.?

Por que precisamos mudar, quase que rotineiramente, parte do mobiliário da casa, ou cortinas, tapetes, vasos etc.?

Por que compramos tantas joias? Tantas bijuterias? Tantas bolsas? Tantas roupas? Tantas quinquilharias? Tantas, de tudo?

Entretanto, o pior é ─ por que incitamos filhas e netas ao mesmo desvario?

As raríssimas vezes que vou a shoppings, fico bastante triste ao ver mães com crianças algumas até, recém-nascidas, expostas àquela quantidade imensa de campos energéticos das mais diversas frequências; os recém-nascidos são ainda mais incapazes de receber tais cargas em suas frágeis e indefesas estruturas quânticas físicas, mentais.

Certa vez propus a uma pessoa próxima que fizesse um teste com seu filho que tinha, na época, 6 meses; pedi a ela que observasse como ele ficava cada vez que ela ia com ele aos shoppings (várias vezes por semana); pedi a ela que fizesse outro tipo de passeio, em um lugar de natureza, com árvores, plantas, um parque bem calmo; propus isso dizendo que depois explicaria a razão do pedido.

Passado um tempo, ela veio conversar comigo, trazendo o resultado do que fora proposto; disse-me que notou sempre, quando voltava para casa depois de horas de passeio no shopping, uma certa irritabilidade, no bebê; ele se mostrava inquieto, cansado, melindrado; disse-me que sempre fora assim mas não tinha “se tocado”; já, nos passeios no parque, segundo ela, a situação se invertia; ele relaxava, sorria muito e até dormia, tranquilamente, enquanto lá permanecia.

Tentei explicar a ela, da melhor forma que pude, sobre a questão dos campos energéticos, dos mais diversos tipos que compõe lugares assim, que esgotam até os animais humanos adultos, quando são mais sensíveis e/ou mais perceptíveis de si próprios. Tentei explicitar que qualquer pessoa, em qualquer faixa etária “capta” esses campos energéticos e, com absoluta certeza, mesmo que não saibam analisar bem, devem sentir certa exaustão após essa exposição aos milhares de estímulos visuais, auditivos, sensoriais que esses campos produzem e que são, totalmente artificiais.

Como era ─ e é ─ uma mulher inteligente, entendeu, alterando seus hábitos, felizmente.

Não expliquei a ela, na época, a composição de nosso campo energético denominado ─ Psicobioenergia, resultante da interação de 3 outros campos energéticos: consciencial, orgônico e proteico.

Quando esse campo é exposto a uma difusão energética estranha ao seu composto, de forma excessiva, os níveis sofrem grande alteração; se acaso se mantiverem grandemente alterados ─ de forma mais constante ─ podem detonar problemas físicos/mentais, de saúde.

Creio não ser necessário dizer que tais alterações mais profundas não ocorrem em idas esporádicas, a tais lugares; a estrutura quântica, corpo físico, tem como reverter as inúmeras condições energéticas que nos rodeiam mas, para as quais, devemos dar atenção e evitar pois os sintomas são leves, mas aparecem ─ excessivo cansaço, pequenas dores de cabeça, certa desorientação na saída, deles, etc.

Apesar da “beleza” que vemos, nos shoppings, ela é totalmente artificial; em sendo artificial ─ com muitas luzes, muita climatização, muitos apelos visuais e aquele terrível ruído difuso das vozes ─ ela vai interferir nesse campo energético, nosso, causando alterações de níveis/frequências. Espaços como esse, são denominados ─ Construções Agressivas; some-se a esse espaço, o campo energético de cada humano que ali se encontra ─ alguns poucos, felizes; outros entediados procurando algum tipo de satisfação temporária; outros relativamente revoltados por não terem condições de comprar tudo o que queriam; outros, ainda, em profundo estado de tristeza buscando, lá, algum tipo de lenitivo.

Nesta altura, alguns que possam estar lendo este, poderão pensar que fugimos do foco da questão ─ Mulheres & Consumismo; também achei isso mas, de repente, o que vimos nos 4 parágrafos anteriores servem, perfeitamente como gancho de continuidade.

Posso não estar certa, mas acredito que o excesso de consumo, por parte das mulheres, mais especificamente, pode denotar algum tipo de distúrbio no campo  Psicobioenergético; essa ideia precisará de muita pesquisa para poder ser confirmada ou negada; vou investigar se já existe algo sobre, pois o que mais me chama atenção é exatamente a parte psíquica que compõe esse campo acima citado.

Apesar de saber que não é tanto, ainda, por culpa das mulheres o fato de grande parte de nós, ser considerada ─ Insegura ─ e, consequentemente ─ influenciável, isto poderia estar relacionado ao excesso de consumo, visto que a pessoa insegura precisa apegar-se a algum tipo de coisa para demonstrar, não sê-lo; comprar em demasia, por exemplo, poderia deixar-nos, aparentemente, mais seguras, por “demonstrar” certa margem de poder.

O excesso de consumo, sob minha ótica é válvula de escape de algo mais interno, não suprido.

Colocamos em parágrafo anterior ─ Apesar de saber que não é tanto, ainda, por culpa das mulheres o fato de grande parte de nós, ser considerada ─ Insegura ─ e, consequentemente ─ influenciáveis... ─ serve para analisarmos, um pouco, a questão do homem no contexto de Consumo.

A grande maioria de homens que conheci e conheço ─ muitos deles grandes amigos meus ─, consomem sim, mas não são consumistas vorazes, talvez até por seu espectro de interesse ser mais reduzido do que o de nós, mulheres.

Deixando de lado a questão de carros e de equipamentos tecnológicos, a maioria dos que conheço não tem nenhuma propensão maior ao consumismo; são bem mais simples em sua forma de vestir; não necessitam mais do que algumas calças, camisas, gravatas, sapatos para cumprir agenda profissional ou social conforme, é claro, seu “entorno” social e, a maioria, tem aversão a shoppings, odeia ir às compras!

Aqui entra a parte que repetimos, em itálico, com uma pergunta: Serão os homens mais seguros?

Sob minha ótica sim.

Provavelmente a razão disso seja a forma como são “treinados” desde pequenos; os pais tem pavor de que seus filhos sejam fracos, manipuláveis; desde pequenos reforçam neles a necessidade de serem melhores, em tudo ─ homens não choram; homens precisão mostrar força muscular; devem aprender, desde cedo a “pegar meninas”; devem ser os bons da boca e não se rebaixar, nunca; etc... .

Sempre achei esse tipo de “pregação” extremamente negativa assim como sempre considerei uma tremenda burrice e falta total, de tudo, quando ouço alguns pais dizerem, orgulhosamente: meu filho nasceu de saco roxo. Desculpem-me ter feito menção a esse fato tão imbecil; acontece que até hoje, pleno século XXI, ainda vejo/ouço comentários desse tipo; até mesmo em rede social, a postagem anunciando nascimento do filho vem, algumas delas, acompanhadas da expressão vulgar ─ e nasceu de saco roxo!

Certo ou errado, esse tipo de “educação” dada preferencialmente, ao filhos, desperta  certa segurança, coisa que às filhas não é validada; as meninas são sempre muito blindadas de situações extremas com as quais aprenderiam melhor a tomar decisões e não serem tão influenciáveis e portanto, inseguras.

Ainda hoje vejo muito desse tipo de diferenciação, na educação de filhos; as meninas quase não têm oportunidade de decidir o que querem em assuntos mais relevantes; algumas ainda tem o ranço da educação ─ para o lar, por mais incrível que isso possa, parecer; é falso pensar que esse tipo de “encaminhamento” faz parte, apenas, de um passado longínquo; não, ele persiste em muitas e muitas famílias.

É claro que observo uma maior liberdade, das meninas; entretanto, nota-se que não existe a contraparte importantíssima ─ Responsabilidade; talvez o importante binômio Liberdade-Responsabilidade venha a ser resolvido com o avançar das gerações. Será?

Sei que nem poderia estar palpitando na questão ─ educação de filhos ─, muito mais por muito jovem, quase criança, ter optado ─ não tê-los; mas, em função da educação que recebi, posso analisar ─ não condenar ─ o que vi/vejo. O lema sob o qual fui criada, desde pequena foi ─ Liberdade com Responsabilidade.

Nós mulheres teríamos que nos conscientizar, urgentemente, da importantíssima necessidade de alterarmos nossa postura altamente consumista; teríamos que dedicar um tempo em busca de respostas interiores, da razão de tal tendência e mais, não inocular nos próprios filhos esse vírus altamente alienador/destrutivo.

É provável que a alteração referenciada, no parágrafo acima, em função das condições existenciais, do próprio Planeta, possa vir a ser Imposta; entretanto, a tomada de decisão antecipada, em favor de um consumo básico, do que é apenas, essencial, despertaria em nós, animais humanos, vivencia mais integrativa com a própria Natureza, subvertendo, assim, a visão destrutiva do consumismo.

A ver.

Maria-Estrela Lunar Amarela

─ qualquer erro, por favor, nos informe.

 

 

 

 

 

 

sexta-feira, 7 de março de 2014

'SHEDIM"



Relendo o livro de Nilton Bonder ─ A arte de se salvar, deparei-me com uma marcação feita ─ entre tantas outras ─ em um ponto onde Nilton explicita a conceituação de Shedim: “O acúmulo das vidas não vividas são shedim ─ assombrações que amargam e sujam este mundo.”

Pela pesquisa que fiz, não há correlato dessa palavra hebraica em português; talvez possamos ousar e, usar a palavra frustração como simples aproximação ao que realmente shedim, quer dizer.

Nilton usou essa palavra e sua conceituação, em uma parte do livro que trata de trabalho que realizou de assistência/aconselhamento a pessoas enfermas, quase terminais, mais especificamente em função de pergunta não incomum ─ “Rabino, o que foi que eu fiz, da minha vida?”

É sobre a extensão e profundidade dessa pergunta feita tardiamente, em meu entender, que vai se ancorar este post.

Vamos vivendo nossa vida, da forma como se apresenta ─ totalmente envolvida em paradigmas, em conceituações, em suposições e imposições de diversos níveis e, anos-luz de distanciamento daquilo que deveria ser um possível farol iluminador de nosso tempo nesta dimensão ─ a MORTE.

A simples menção dessa palavra assusta a grande maioria de animais humanos; ela é constantemente descartada de conversas mais sérias e profundas e isto, de forma bem mais acentuada em nós, ocidentais.

No livro de Castaneda ─ Viagem a Ixtlan, dom Juan diz: “A morte é uma conselheira” e, ainda: “Qualquer ato nosso pode bem ser o último”.

Pode parecer extremamente estranho o que vou dizer mas, para a maioria dos animais humanos a vida ─ da forma como normalmente é “vista” ─ é a maior e mais potente ─ ilusão isto, em função de nossa total incapacidade em pensar a morte e, por considerarmo-nos viventes “eternos” como pessoa, deixando para amanhã coisas que poderíamos e deveríamos fazer no Agora pois o amanhã, pode não nos brindar com sua presença.

Desperdiçamos um potencial enorme de realizações, não materiais pois as materiais, têm nosso empenho irrestrito; fazemos o possível e o impossível para nos mantermos materialmente bem. Permanecer materialmente bem é, para a maioria dos animais humanos, o objetivo maior, infelizmente.

Quando o animal humano é atingido por qualquer patologia que lhe aponte o possível fim de sua existência vem a pergunta que Nilton citou: “... o que foi que eu fiz, da minha vida? feita a ele mesmo ou a alguém que lhe esteja próximo.

E essa pergunta, creio, nunca contempla o aspecto material da vida; contempla realizações pessoais que, por diversas razões não foram alcançadas não propriamente por impossibilidades materiais e sim, por total falta de atitude frente a objetivos reais de VIDA esta sim, em maiúsculo.

Objetivos reais de vida ─ ao inverso dos fantasiosos que são quase unânimes, entre os animais humanos, pois contemplam apenas os aspectos materiais ─ são extremamente variáveis mas pulsam no mais íntimo, de cada um e, ficam no aguardo de alguma situação que permita sua realização; postergá-los, na verdade, nunca é a melhor decisão.

Curiosamente vejo muitas pessoas que tem filhos ou uma carreira profissional a zelar, dizerem:  quando meus filhos crescerem vou dedicar um tempo aos meus sonhos, a tudo que quis fazer mas não pude por causa deles; ou, quando me aposentar vou realizar meus sonhos. Muitas vezes os filhos crescem, os netos vêm e tudo continua igual; às vezes a aposentadoria chega tarde demais para as realizações quando junto, vem alguma séria disfunção física. Então, no final da existência terrena a maioria dos animais humanos, está lotado de frustrações que impregnam o resto de seus dias e, quase afastam outras pessoas, pelo espectro energético ruim, das frustrações.

Nessas pessoas desenvolve-se, por vezes, uma pena de si mesmas que as corroem; normalmente, culpam Deus e o mundo, pelas suas frustrações; não conseguem enxergar que a culpa é exclusivamente delas mesmas por seu Intento ter sido fraco, por não terem tido suficiente ousadia/coragem de ir contra o que está estabelecido como normal, como certo, como bom, como coerente seja em que esfera for.

Na verdade, é muito difícil, exige muita coragem deixar de fazer aquilo que nos dizem, desde pequenos, ser o correto para a vida do animal humano; normalmente o que nos dizem ser o melhor, apenas agrega um punhado de responsabilidades difíceis de serem suportadas quando, no nosso interior, palpitam outros anseios como, por exemplo, o de ser livre, até onde essa liberdade for possível. Essa sobrecarga de responsabilidades que impregna, principalmente, as questões materiais, os desejos materiais desgastam profundamente pois parece não ter fim; os desejos são sempre renovados e os meios para consegui-los exige trabalho redobrado, para a maioria; o desgaste energético é brutal produzindo toda uma série de desajustes físicos, mentais, emocionais que vão, aos poucos, minando até mesmo, aqueles anseios mais íntimos, de realização.

O que se tem, não nos faz SER!

Assim, pendências existenciais não devem ser deixadas para se pensar nelas nos momentos que antecedem o “último suspiro” pois, nesse caso, ele poderá não ser tão libertador quanto deveria e/ou poderia ser.

É o que penso.

 Maria-Estrela Lunar Amarela

qualquer erro, por favor, nos informe.

Livros disponibilizados para download:

EgoCiência e SerCiência ─ Ensaios


EgoCiência e SerCiência ─ Em busca de conexões quânticas


EgoCiência e SerCiência versus Algumas questões humanas