No post anterior ─ IRRESPONSABILIDADE POLÍTICA E MIDIÁTICA
─ cometi um erro ao dizer que faltavam 13 meses para as eleições de 2014
quando, na realidade agora, faltam
17 meses; quando da postagem o 18
estaria, vigorando ─ mais adiante, a razão desta observação, será entendida.
Esse erro fez com que
ficasse bastante aborrecida; normalmente sou profundamente crítica, com meus
próprios erros.Justificá-lo, não é o caso; o máximo possível é confessar ser dispersiva, algumas vezes; foi o que aconteceu.
No começo do mês de abril, observando a intensa carga
midiática preparatória à eleição de 2014, anotei em um pequeno papel o tempo
faltante, para esse evento. Normalmente, procedo dessa forma; sobre a mesa
existem dezenas de pequenos papéis com anotações, várias. Essas anotações ─
como costumam comentar amigos mais próximos ─ são feitas com escrita que mais
parece “hieróglifo”; o pior é que eles têm razão; várias vezes, um exaustivo
trabalho de “decodificação” precisa ser feito para concluir o que consta, nelas.
Ao escrever o artigo acima mencionado, lembrei que havia
anotado o tempo para as eleições; fiz uma busca e encontrei a anotação. Na
rapidez da leitura ─ e por não estar com o óculos para perto ─, o 8, pareceu com 3, ou seja, 13 ao invés
de 18.
Esse erro seria computado, por mim, como uma tremenda,
imperdoável ─ desatenção.
Seria assim, não fora mais um erro, não no blog, mas em
e-mail; esse não foi desatenção; evolui para desconexão.
Preocupei-me; afinal, estou chegando aos setenta; será que o tico e o teco estão começando a demonstrar exaustão?
Até agora, nenhum dos meus amigos disse qualquer coisa sobre
alterações observadas, por eles; temos um acordo entre nós de falarmos, aberta
e francamente, quando algo assim, acontecer; como meus amigos mais próximo estão
na faixa entre 30 e 45 anos ─ exceção a uma amiga, que tem apenas 16 e a duas,
circulantes nos 60 ─ a probabilidade de me dizerem algo, nesse sentido, é
inversa a minha, em relação a eles.
Particularmente, não tenho sentido nada de estranho;
normalmente é assim; quando se está dentro de uma situação, pessoas de fora
conseguem enxergar melhor; aprendi muito sobre isso em assessorias empresariais,
tanto no tempo de trabalho na Embratel, quanto fora, dela.
Outra reflexão, feita, está relacionada ao problema, que
tenho, em fazer revisão de texto mais voltada à parte ortográfica. Começo, seriamente
empenhada em prestar atenção, apenas na ortografia; fico centrada até o
segundo, terceiro parágrafo, no máximo, depois disso, o conteúdo passa a
primeiro plano. Sei que esse não é um problema só meu; a maioria, que escreve,
fica dividida nessa tarefa e, o teor do texto tem supremacia, nessa hora; daí a
grande importância dos revisores para grandes escritores, jornalistas,
articulistas.
A reflexão seguinte, voltou a uma questão já comentada, em
postagem mais antiga ─ qual a razão de ter necessidade intrínseca
em escrever?
Desde há muito que sei não ser algo voltado ao egóico; é algo
que transcende, em muito, questões pessoais e busca, sim, conexão de ideias, de
sentires, de opiniões com um universo desconhecido de possíveis, leitores.
É uma ânsia em difundir assuntos que ─ aí sim, sob minha ótica ─ se mostram importantes para nós, animais
humanos, neste momento planetário, em que vivemos; essa é, inclusive, a razão
de inúmeras postagens, no facebook, de artigos de vários sites e blogs.
Entretanto, preciso compreender que minha ótica pode ser
totalmente diferente, das demais; preciso entender que muitas e muitas pessoas
já estão em um estágio de adiantamento reflexivo no qual, esses tipos de
postagens são totalmente desnecessárias; essas pessoas orbitam em outras
esferas que não a puramente terrena, material, política, social; para elas,
discutir o óbvio, já não tem mais valor algum.
Curiosamente, a resposta sempre procurada, veio a mim e me
coube por inteira, ao rever a última entrevista do grande, do maravilhoso ─
Paulo Freire.
O vídeo dessa entrevista faz parte de um artigo do site ─
Caparazon, de Dolors Reig, sobre educação, que chegou via e-mail.
No Youtube, estão disponibilizados os dois vídeos, dessa
entrevista, que foi a última dada por Paulo Freire, em 1997.
http://www.youtube.com/watch?v=Ul90heSRYfE
O ser mais a que se refere o grande pensador, educador é a inserção
do ser humano no mundo o que, para ele, é totalmente diferente da
simples adaptação ao mundo pois, em sua ótica, inserção é a tomada de decisão
no sentido de intervenção, no mundo.
Conclamou Freire: “Nenhuma
realidade é assim mesmo; toda
realidade está aí submetida à possibilidade de nossa intervenção, nela.”
Justamente nesses pensamentos de Paulo Freire, encontrei resposta de minha ânsia em
compartilhar o que penso; batalho, há muito tempo, no sentido do que hoje é
mais conhecido como ─ Ativismo.
Abrindo um parêntese ─ e, abusando das conexões que o Pensamento
Holístico permite ─ o que Freire falou sobre a inserção do ser humano,
me fez lembrar de palavras de minha mãe, escritas em um álbum de fotografias,
que me foi dado ao completar sete anos; do texto, cito o seguinte:
Entra
na Vida!
Sorri!
Caminha!
Esse ─ Entra na Vida
─ não poderia ser entendido como inserção, nos moldes do explicitado,
por Freire?
Freire fala ainda, de posturas rebeldes; eis aí a maior
característica da maioria de meus pensamentos e escritos, sempre. Entretanto, revendo depois de anos, essa entrevista de
Paulo Freire percebo, de forma mais clara, ainda, a urgente necessidade de nos unirmos numa enorme ─ MARCHA
DOS QUE SE REBELAM ─ contra o status quo do Sistema e tudo que a ele se relaciona, na
tentativa ─ quase única ─ de salvar
o Sistema Vida, do/no Planeta Terra.
Essa marcha, acima
mencionada, precisaria contar com sugestões práticas de como reverter os danos
impostos a nós, animais humanos, à Natureza do Planeta e todos os seres
viventes; precisaríamos ter ideias claras sobre o que fazer, mesmo parecendo
absurdas, num olhar de relance.
Sabemos que o Sistema, como um todo, quer apenas nossa
adaptação às suas ordens; qualquer atitude mais visível, de rebeldia, é
violentamente combatida por ele e pelo seu sistema midiático, principalmente
quando isso acontece, via governos instituídos.
Apesar de torcer, ardorosamente, por uma Rebelião Mundial,
contra o Sistema, admito ser isso, quase um sonho, beirando ao utópico.
Cada um de nós ainda vive apenas na adaptabilidade às
situações vigentes; a ideologia pregada, disseminada é totalmente favorável
para que assim continue, sendo.
Nossa inserção, como especifica Freire e,
nosso processo de busca do ser mais, está apenas engatinhando; em
contrapartida, o tempo acelera em ruidosa sinfonia de acordes dissonantes.
Talvez não dê para chegarmos, todos, ao amadurecimento do
ser mais.
Precisaríamos, em tempo hábil, evitar o erro de não nos inserirmos, de não conseguirmos ser
mais, de não nos rebelarmos
contra o que aí está como enorme ameaça.
Paulo Freire diz, textualmente:
“É PRECISO MESMO BRIGAR PARA QUE SE OBTENHA UM MÍNIMO DE
TRANSFORMAÇÃO.”
Reflexões sobre, nos abriria um grande leque de alternativas,
mesmo que elas fossem de difícil aceitação e provocadoras de inúmeros problemas
sociais ─ o que ocorreria, com certeza.
─ algum erro detectado, por
favor, nos informe.