quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

RE-CONSTRUIR



Desde muito pequena ouvia minha mãe dizer que Fé e Religião, nem sempre estão ligadas, que fé é uma coisa e religião, outra.

Entretanto,  a cega,  foi praticamente imposta pela religião instituída; essa fé imposta, porém, apesar de ter como baluarte de sua existência Deus e, no caso do cristianismo, Jesus, levou uma multidão de animais humanos a crer, com total e absoluta ausência de dúvida, nos máximos representantes “legais” , dela e em seus ditames, esquecendo que são animais humanos e passíveis de inúmeras falhas a  INFALIBILIDADE ainda não existe, no nível mental/espiritual, em que estamos, menos ainda a instituída por dogma.
A infalibilidade, em existindo, será própria de seres SÁBIOS e não dos considerados, eruditos que, por serem sábios, não irão propor INFALIBILIDADE, em seus ensinamentos, pensamentos e ações.

Voltando, em havendo fé, não pode haver dúvida, dentro da lógica humana utilizada, espertamente, pelos detentores de poder religioso, terreno.
Eles, com certeza, sabiam que o animal humano em sua grande maioria ,  prefere viver na credulidade de qualquer situação do que se dar ao trabalho de ter dúvidas e procurar meios de investigá-las. Sabiam, também, que o “apaziguamento” do natural anseio de descoberta, inerente ao animal humano, desde os primeiros anos de vida facilitaria, em muito, o domínio que pretendiam ter.

Meu primeiro, sério e marcante embate com a religião Católica  encaixa-se perfeitamente dentro do segundo parágrafo acima e  deu-se quando, estudando em aula de catecismo, partes da Bíblia, chegamos ao ponto em que era narrado que Adão e Eva (coitados!), haviam tido dois filhos Caim e Abel. Caim matou Abel e resolveu dar no pé do local do crime, indo para um lugar bem distante. Nesse local, por obra do acaso, encontrou uma mulher, casou e,  constituiu família.
Exatamente ao terminar essa leitura, levantei a mão e perguntei mais ou menos isso: “Como Caim encontrou uma mulher, em local distante, se era dito que na  Terra, apenas  Adão, Eva, Caim e Abel, existiam?”

Claro que depois dessa pergunta, fui devidamente encaminhada à secretaria. Fiquei o restante do tempo retida e, ao findar o período das aulas, do dia, sai levando um “memorando” convocando  meu pai  a comparecer ao colégio.
Daí para frente, só fiz acumular comprovações de que praticamente nada, do que era pregado, fazia parte da vida daqueles que se valiam, de pregações, para impor domínio.

Preconceitos, dissimulações sempre fizeram parte da grande maioria daqueles que integram o corpo clerical, mesmo na base da estrutura; fico imaginando nos altos escalões como as coisas devem ser complicadas e o altíssimo nível de falsidade.
Entretanto, se faz necessário dizer da existência em número muito irrisório de pessoas que, em verdade, são mais cristãs do que católicas, mesmo pertencendo a esse sistema; normalmente essas pessoas estão  em áreas fora dos grandes centros urbanos; estão trabalhando com a parte rejeitada pelo cume da estrutura   os desvalidos   pessoas simples,  puras e abandonadas à própria sorte. Essas pessoas existem e somente a elas, nutro profundo respeito;  beijaria suas mãos, se fosse o caso,  e de nenhuma outra pessoa, que pertencesse a essa instituição ou qualquer outra fosse ela quem fosse.

Além de tudo isso ainda existia, em mim, sérios questionamentos da razão dessa religião ser tão pesada, tão incriminadora, tão incentivadora da dor e do sofrimento como meios de redenção e perdão.
Pesquisando, certa ocasião, sobre a razão da escolha da imagem de Jesus Crucificado como ponto alto de identificação religiosa, deparei-me com 2 livros Dicionário dos símbolos com subtítulo Imagens e sinais da arte cristã, de autoria de Gerd Heinz-Mohr e, A Igreja do Renascimento e da Reforma  este, de Daniel Rops da Academia Francesa, indicando ser a 4ª parte do livro História da Igreja de Cristo.

Do segundo livro, destaco dois pontos:
no primeiro, é falado que o Papa Nicolau V, em 1452, emitiu um Breve Divino amore communiti, a favor do rei Afonso, de Portugal; nele se lia: “Os reinos, ducados, condados, principados, e outros domínios, terras, lugares, campos, em posse de sobreditos sarracenos, pagãos, infiéis e inimigos de Cristo... pela autoridade apostólica, nós vos conferimos plena e livre faculdade de os invadir, conquistar, capturar e subjulgar, e de reduzir a perpétua servidão as pessoas que nele habitem.” (negritos meus).

o segundo ponto é, acredito,  uma avaliação feita, sobre o trabalho dos missionários e diz: “É neste ambiente incomódo, perigoso, que é necessário apresentar a obra dos missionários lançados à conquista do mundo para Deus e, semeando com o sacrifício da vida a mensagem do amor. Quaisquer que tenham podido ser os erros, as violências cometidas pelos católicos no decurso destas páginas de glória e sangue, só a presença entre eles dos missionários basta para dar à sua empresa um sentido autênticamente cristão.” (negritos meus).
Guardo as cópias de parte desses dois livros, gentilmente tiradas pela sra. que atendia a biblioteca de uma das igrejas, de Curitiba, onde fui pesquisar.

Continuando o mesmo rastro de sangue e maldade, em 1542, instalasse a tão conhecida e falada Inquisição Romana denominada Congregação da Sacra, Romana e Universal Inquisição do Santo Ofício, tendo sido alterada sua denominação, por algumas vezes, até chegar a atual  Congregação para a doutrina da Fé, de onde saiu o papa que anunciou sua renúncia, neste mês de fevereiro.
Tenho lido e postado,  no face, inúmeros artigos sobre essa renúncia que vão, desde as possíveis causas até análises de qual perfil caberia melhor, ao futuro papa.

Entretanto, o título deste artigo de blog   Re-Construir, é explicativo do que penso, sobre.
Nada de Novo e Bom pode surgir dessa instituição, quase falida.

As bases em ela foi estruturada, não comportam e não suportam, os novos Tempos Energéticos!
A “implosão” moral/comportamental/estrutural,  dessa instituição, está em seu início; não tenho a mínima ideia do que virá, na sequência; penso, entretanto, que as bases da possível reconstrução terão que ser totalmente Novas e Verdadeiras; os Novos Tempos Energéticos não vão permitir qualquer tipo de mentira, qualquer tipo de manipulação, qualquer arbitrariedade em qualquer nível.

Não consigo perceber, até hoje, qual foi a resultante positiva de algumas religiões instituídas, principalmente desta, sobre a qual estamos falando, pois tudo que foi feito parece ter, apenas, estimulado pontos negativos de nós, animais humanos. Talvez, um dia, quando as coisas puderem ser ditas de forma clara, as gerações futuras poderão saber, quão negativa possa ter sido sua influência, em vários sentidos.

AGUARDEMOS!

 Maria Estrela Lunar Amarela

qualquer erro, por favor, nos informe.

 

 

 

 

Um comentário:

  1. tENHO RECEBIDO, VIA E-MAIL, COMENTÁRIOS SOBRE OS POSTs, sempre com a informação de que não conseguem postar comentários. Não sei dizer a razão, disso; de qualquer agradeço àqueles que o fazem, via e-mail Valeu!

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