quinta-feira, 2 de maio de 2013

IRRESPONSABILIDADE POLÍTICA E MIDIÁTICA




Há muito, a irresponsabilidade é dominante, nesses dois setores, tanto no Brasil quanto em vários outros países, do mundo.
Agora, entretanto, isso está se tornando uma questão extremamente delicada e perigosa, em nosso país.

Vamos por partes.
Politicamente, vivemos um verdadeiro “desconcerto” ético, patriótico, racional; usar esses dois adjetivos ─ ético e patriótico ─ passou a representar babaquice; passou a ser retrocesso ideológico; algo simplesmente, utópico!

É incrível imaginar que pessoas eleitas para trabalhar pelo país, pela sociedade, pelo povo ajam, na maioria das vezes, na contramão do “proposto”, do jurado sendo, ainda, regiamente pagos, para tal.

É, que na verdade, por trás de vários, deles, existe um verdadeiro conglomerado de interesses, outros; eles são apenas “fachada”; reunidos em blocos ─ como os ruralistas, como a bancada evangélica, por exemplo; ignoram tudo que propuseram, durante campanha nos palanques populares; lembram apenas ─ e muito bem ─ o que foi acordado com seus “consignatários”.

A irresponsabilidade é tanta que, faltando 13 meses para as eleições de 2014, deputados e senadores, colocam em 2º plano, tudo de importante a ser votado, em relação ao país, para se engalfinharem nas disputas partidárias por futuras/ possíveis candidaturas, como se o pleito fosse o mês que vem.
Não conseguem dimensionar ─ ou não o querem ─ a delicadíssima situação mundial de quase total desiquilíbrio econômico/financeiro e suas funestas repercussões às sociedades, nelas envolvidas. Esquecem, por completo, que é hora de pensar, seriamente, em não criar situações conflitantes, totalmente desnecessárias, ao país, por pura ambição política; que é hora de agir com a máxima cautela para reforçar condições favoráveis que, com dificuldades, o País vem mantendo desde a eclosão da crise mundial, em 2008.

Será que eles conseguem dimensionar a imensa responsabilidade de suas atitudes? Será que agem dessa forma por pura inconsequência ou, por razões outras como, por exemplo, enfraquecer as próprias estruturas ─ ainda em fundação/fortalecimento ─ para tornar o Brasil um país viável, social e economicamente?
É tão fácil saber a resposta, não é?

Chegamos ao cúmulo de ter uma pessoa, convictamente preconceituosa, como presidente da Comissão de Direitos Humanos e das Minorias, na Câmara e um representante fiel do Agrobusiness, para direção da Comissão de Agropecuária e Reforma Agrária. Será que a sociedade não se dá conta de mais esses dois absurdos, entre tantos outros? Talvez, grande parte da sociedade não faça ideia do que sejam ─ Minorias e Reforma Agrária; se soubesse, com certeza acharia tão absurdo quanto nós outros, o achamos.
O pior de tudo é que essas duas bancadas, a cada nova eleição, têm aumentado seus “asseclas” pois ambas contam com votos de fiéis ─ de um lado e votos fiéis, de outro.

Fazendo um parêntese, na cidade onde estou temporariamente morando, tem um imenso conjunto residencial – Cinco Conjuntos ─ com mais de 50 mil habitantes. Vocês acreditam que em toda a extensão, dele, não existe uma banca de revistas e muito menos, uma livraria? Mas, em contrapartida, existem dezenas de casas evangélicas (“templos”). Aliás, na cidade inteira é difícil encontrar bancas de revista e livrarias; pelo que me consta apenas duas livrarias, em Shoppings e uma pequena revistaria/livraria, no aeroporto; estou falando da segunda cidade do estado do Paraná!
No entanto, na cidade inteira, proliferam as casas evangélicas (“templos”), com “pastores” prontos para assumir cargos políticos, como aliás, já o fizeram e, com expressiva votação.

Voltando, falamos primeiro da ─ Irresponsabilidade Política; continuemos no mesmo tema ─ IRRESPONSABILIDADE ─ com olhos voltados ao 4º poder, o MIDIÁTICO.
4º Poder, foi uma expressão cunhada justamente como referência ao alto poder de manipulação, da opinião pública, exercido pelo que hoje se denomina ─ Sistema Midiático.

Como um grande conglomerado capitalista/neoliberal, existe como que uma “formatação” nacional e internacionalmente usada, na divulgação de notícias, com utilização de alto padrão neurolinguístico, com “missão” especial de “desinformar”, informando. Neste contexto específico, a utilização da semântica abre, também, canais competentes ao alcance do objetivo de manipular, incautos cidadãos.

Uma semântica ideológica/política é, principalmente em nosso país, um recurso usado, ao extremo; creio que mesmo em vários outros países ela é amplamente utilizada por conta das ordens do sr. Mercado pois sua “voz” para chegar ao consumidor, obrigatoriamente passa pelo Sistema Midiático, porta-voz oficial, dele, e das verdades que ele não quer que sejam, ditas.
Esses recursos ─ e outros tantos mais, permitem que o conceito das palavras utilizadas seja “redesenhado” para obtenção dos efeitos ideológicos e/ou políticos a que se propõe o texto falado ou, escrito.

O Sistema Midiático, capitalista/neoliberal é, também, o grande responsável pela “formatação” ideológica de crises, nem sempre existentes ou, de aumentar em muito, as existentes.
Lembram os noticiários do final do ano passado, quando a mídia, diariamente falava em “apagões”?

Pois é, eles estavam justamente criando uma possível crise em função da diminuição de tarifas de energia elétrica, decretada pelo governo isto, em total desacordo com o sr. Mercado.

Hoje batem, também diuturnamente, na questão da inflação e taxa de juros.
É lógico que não queremos inflação alta; porém, todo cuidado é pouco pois o poderoso Mercado pode, em circunstâncias que ele considerar necessário, “forçar” uma elevação de preços, principalmente de commodities agrícolas, negociadas em Bolsas de Valores, tendo seu preço estipulado, não pelo produtor e sim, pelo sr. Mercado.

Quando foi elevada a taxa de juros, neste mês, os principais comentários das mídias capitalistas/neoliberais falavam da insatisfação do mercado em relação aos 0,25%, determinado pelo Banco Central à Selic.
Este mês, o índice de desemprego, no Brasil, foi o menor dos últimos 11 anos; mesmo assim, o sistema midiático bate, diariamente, na possibilidade ─ altamente desejada por eles ─ de desaquecimento da economia muito mais em função do que é chamado ─ Intervencionismo Estatal ─, profundamente odiado pelo sr. Mercado.

É importante não esquecer que intervencionismo é termo utilizado, pela mídia, para formas de governo que têm um olhar diferenciado, tanto para o que se considera nacional quanto para a própria sociedade, do País, tudo que o sr. Mercado não admite. Ele prega e quer liberdade total para suas atuações, para suas intervenções; qualquer ─ por menor que seja ─ atitude contrária, de qualquer governo, as armas do sistema dominante, são mostradas, literal ou metaforicamente, falando.

Governos que demonstram qualquer pensamento mais voltado ao social, são imediatamente taxados de “populistas”, “paternalistas” porque a questão “popular” é desagradável ao status quo; não existe questão social de pobreza, para o sistema; existe sim, questão financeira, questão de lucro máximo independente de quem come ou deixa de comer, de quem estuda ou deixa de estudar, de quem tem assistência à saúde (mesmo que ainda precária), ou não.
Mas, o que mais está “ouriçando” o sistema, são as eleições de 2014; dissemos DOIS MIL E QUATORZE!

O dito cujo Sistema está a pleno vapor!
Quer ─ pois assim o quer o sr. Mercado ─ que o país retorne a falida base econômica de 1994 ou seja, aberta e incondicionalmente ─ Neoliberal ─, mesmo perante a imensa crise mundial detonada por esse mesmo sistema capitalista. Quer o País sob absoluto controle dos organismos internacionais compactuantes, administrados, regidos pelo sr. Mercado.

Estamos, política e midiaticamente falando, em rota de colisão com tudo que o Brasil conseguiu de favorável, neste início de século, de forma mais clara e real.

Temos muito ainda, a fazer ─ muito, mesmo!

O que não se pode admitir é a negação e muito menos a interrupção desse ciclo virtuoso. Pra isso, mais pessoas precisam deixar de ficar “dormindo” em berço esplêndido; precisam acordar, pesquisar, discutir, manifestar opiniões embasadas em dados reais; precisam deixar o fanatismo político e religioso confinado, apenas, aos de mente fechada, aos incapazes (porque assim o querem) de pensar e agir, holisticamente.
Uma disposição férrea, de esclarecimentos, é necessidade maior e urgente; não podemos ficar em apenas 1 ou 2 fontes de informação, tradicionalmente conhecidas; precisamos buscar várias, inclusive as alternativas ao sistema, reservando cuidado com elas bem como com aquelas que o servem, as que são  porta-vozes oficiais do Sistema Capitalista/Neoliberal.

Em relação ao acima, li ontem (1º/05) em um artigo(*) que postei, no face, entre outros assuntos, o seguinte:

“O IVC informa que em 2012 a visitação dos sites de conteúdo informativo explodiu no país, cresceu 39%. Já soma 28 milhões de visitantes/dia”

Que bom contar com acessos diferenciados; resta apenas analisar o que é postado, em cada um.
Dias atrás assiste entrevista com o Ministro Presidente do Supremo Tribunal Federal. Notei, em suas respostas, um certo repúdio ao intervencionismo estatal.

Uma resposta dada, ao entrevistador, quando perguntado se, na hipótese de vir a ser presidente da República, qual seria sua atitude primeira, chamou minha atenção.  Sua resposta, ─ não literalmente colocada aqui, pois não lembro, na íntegra e não encontrei a íntegra, da mesma, apenas pequenos trechos, da entrevista acima citada, no site do Canal Brasil ─ Programa Espelho ─ comandado por Lázaro Ramos, no qual a entrevista foi levada ao ar ─ foi de adoção de um “capitalismo verdadeiro” ou de um “capitalismo real”.
Talvez, por inibição perante essa figura tão representativa, o entrevistador não ousou levantar duas questões, de máxima importância.

A primeira, se o Ministro estava, com essa resposta, querendo dizer que o sistema, no Brasil, não é de capitalismo verdadeiro; segundo, inquerir sobre o que significava, para o Ministro, capitalismo verdadeiro ou, real.
Como o Presidente do Supremo Tribunal Federal está sempre em incursões em território americano, provavelmente já deve ter observado uma certa diferença de sistema, dentro do próprio Sistema Capitalista, vigente.

Nuances quase imperceptíveis são importantes, nos posicionamentos; podem esclarecer muitas coisas.
Não somos acostumados a “ler” nas entrelinhas, de ouvir os “sussurros”, de observar semblantes e gestos; tudo isso é extremamente determinante, na grande maioria das vezes, para “sacar” e compreender a essência mesma, do que está sendo exposto.

A chamada ─ Visão Holística ─ nos permite aprender a “ler” e também a “ouvir” além do que se lê ou ouve, pois ela desenvolve ampla possibilidade de uma gama imensa de conexões em substituição às nossas direcionadas e, muitas vezes desorientadas, “certezas”. O Pensamento e Visão Holísticos, permitem pavimentar, com mais clareza, nossas decisões, nossos argumentos, nossas opiniões etc., justamente pela abrangência mental/racional que, através deles, podemos desenvolver. Além disso, nossas sinapses, muitas delas “enferrujadas” ─ por dogmas, conceitos e ideias obsoletas ─ podem ser sobrepujadas por milhares e milhares de novas sinapses, conceitualmente mais avançadas que as anteriores.

Só não se atualiza quem não o quer; só não amplia sua visão de mundo, de sociedade, quem não o quer; hoje são inúmeras as possibilidades, para tal; o único impedimento são as velhas e mofadas concepções que teimamos, em preservar.

Apesar desse quadro bastante desfavorável, aqui comentado, tem uma “previsão” do grande poeta, místico, visionário ─ Walt Whitman ─ com a qual encerro este, dizendo acreditar ser possível, sua concretização.

O VÉRTICE DA HUMANIDADE SERÁ O BRASIL.

 

Maria-Estrela Lunar Amarela

qualquer erro detectado, por favor, nos informe.

 (*) Artigo do Blog das Frases de Saul Leblon veiculado no site:  http://www.cartamaior.com.br/templates/postMostrar.cfm?blog_id=6&post_id=1237

 

4 comentários:

  1. Errata: faltam 17 meses para as eleições de 2014 e não 13, como consta deste artigo.

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  2. Respostas
    1. Valeu, Leo!
      Só o sétimo parágrafo está fora de contexto; o resto permanece o mesmo - ou até pior - Infelizmente!

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