segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

RELEITURA



Terminei de ler, pela segunda vez, um livro apaixonante e desafiador ─ Universo Inteligente, de James Gardner.

James Gardner é um ensaísta científico, teórico da complexidade ─ algo relativamente novo, no campo científico e que tem a ver, sob minha ótica, com Pensamento Holístico e Visão Holística, o que torna a adoção da complexidade, algo relativamente tardio no campo científico pois desde os primórdios, ela se fez presente.

Vou tomar a liberdade de extrair da contra capa, um dos comentários feitos ─ parte dele ─ de autoria do Dr. Steven J. Dick, historiador-chefe da NASA, por ser, sob minha ótica, o melhor posicionamento sobre esse livro: “Você pode não concordar com tudo neste livro, mas garanto que será desafiado a repensar suas suposições básicas sobre o universo, a teologia e a própria vida.”

É exatamente isso que deverá acontecer a quem lê-lo!

Já no primeiro capítulo descortinasse a possibilidade do cosmos ser um computador gigante e a visão de Stephen Wolfram que postula, não a Teoria de Tudo ─ ardorosamente perseguida por tantos cientistas ─  mas sim, um Software de Tudo que, ─ conforme o próprio Wolfram ─ seria a mãe de todos os códigos-fontes, gerando não apenas os movimentos das estrelas e planetas, mas também o surgimento e a evolução da vida e da inteligência contando, para isso, com os denominados Autômatos Celulares que são uma classe especial de programas de software.

Wolfram, é claro, não está sozinho nessa proposição do cosmos como um computador gigante; outros o acompanham entre eles, Seth Lloyd ─ professor de engenharia mecânica do MIT ─ cuja proposição é de que esse computar é QUÂNTICO!

Nas palavras de Lloyd em seu livro ─ Programando o Universo ─ “a história do universo é...uma imensa computação quântica contínua. O universo é um computador quântico”.

Sou sincera em dizer que, mediante experiência que tive ─ narrada nos 3 livros EgoCiência e SerCiência ─, essa proposição me parece extremamente válida mesmo considerando que a ciência ─ mais especificamente a física ─ por mais avançada que esteja, ainda precisa concluir algo de extrema importância para a sequência de sua caminhada ─ A ENERGIA É PENSAMENTO, INTELIGÊNCIA E LINGUAGEM.

Cada capítulo desse livro, suscita inúmeras reflexões, questionamentos; ele parece ter a capacidade de reativar antigas sinapses, em nosso cérebro, além de estimular a criação de outras centenas.

O capítulo 2 é uma extensa abordagem dos caminhos traçados pela ciência, naquilo que foi denominada ─ VIDA ARTIFICIAL que, como campo de pesquisa é muito jovem, ainda, datando seu início em 1985, em uma conferência realizada em Los Alamos National Laboratory; entretanto, Gardner coloca um pensamento de Thomás Hobbes, extraído de seu famoso Leviatã, obra essa publicada em 1651:

“Do mesmo modo que tantas outras coisas, a Natureza (a Arte pela qual Deus fez e governa o Mundo) é pela Arte dos homens imitada em muitas outras coisas e também nisto: que lhe é possível fazer um Animal Artificial. Pois vendo que a vida não é mais do que um movimento dos Membros, cujo início ocorre em alguma parte principal interior, por que não poderíamos dizer que todos os Autômatos (máquinas que se movem por meio de molas erodas, como um relógio) têm uma vida artificial?”

Incrível! Passados 334 anos dessa “proposição” de Hobbes, foi lançada a corrida frenética para a a-life soft, principalmente. Essa a-life soft é algo fantástico e assustador, ao mesmo tempo.

O capítulo três descortina outra incrível e assustadora possibilidade ─ a de uma singularidade tecnológica que permitirá atingir um nível transumano de consciência e inteligência, graças a máxima otimização da IA ─ Inteligência Artificial ─ levando à  “criação” hibrida ─ homem/máquina ─, que definirá a inteligência computacional transumana.

Um nome se destaca nessa quase enlouquecedora possibilidade ─ Ray Kurzweil cientista da computação e futurista, sendo conhecido nos meios científicos como o ─ Novo Darwin, pois para estabelecer bases bem sólidas para suas proposições, revisitou tudo sobre Darwin que postulou a hipótese da especialização por meio da seleção natural enquanto Kurzweil, postula a seleção artificial para que tal, aconteça.

O capítulo 4 trata, especificamente, da busca por vida denominada ─ extraterrestre e, logo em seu início Gardner coloca uma citação da física espanhola Beatriz Gato-Rivera sobre Giordano Bruno, incrível visionário do século XVI, devidamente queimado por ordem da Igreja em 17 de fevereiro de 1600.  Gato-Rivera disse: “[Bruno] afirmou que o sol era apenas uma estrela entre milhares e que, como o sol, muitas outras estrelas teriam também planetas à sua volta e seres vivos habitando-os.” Por essa especulação científica, Giordano Bruno passou a ser considerado o primeiro estudioso ocidental a articular possibilidade de vida em outros planetas.

Nesse capítulo 4 e no seguinte, podemos ver como andam as pesquisas, nessa área e as diretrizes do famoso ─ Projeto SETI.

Do capítulo 6, também espetacular tratando, inclusive, da possibilidade de criação de universo bebê, em laboratório, darei destaque a um posicionamento de Roger Penrose: “É bem provável que o século XXI revele insights ainda mais profundos e maravilhosos do que aqueles com que fomos abençoados no século XX. Mas, para isso acontecer, precisaremos de novas ideias poderosas, que nos encaminharão em direções significativamente diferentes daquelas que estão sendo trilhadas, Talvez o mais necessário seja uma mudança sutil de perspectiva ─ alguma coisa que passou desapercebida a todos nós...”

Ao final deste post, falarei a razão de citar, em específico, Penrose.

Do capítulo 7, deixarei apenas o título, por questões óbvias: Será que a Religião sobreviverá ao Contato? (com extraterrestres, é claro)

O capítulo 8 é inteiramente dedicado à hipótese do Biocosmos Egoísta, desenvolvida pelo próprio autor, do livro. Como o próprio autor diz ─ “A essência da hipótese do Biocosmos Egoísta é que o universo que habitamos está no processo de ficar impregnado de vida cada vez mais inteligente ─ mas não necessariamente vida humana ou sua sucessora.”

O capítulo 9 Alfa ↔ Ômega, traz uma análise brilhante sobre a questão do início e do possível fim, do universo, contemplando uma série imensa de questões envolvendo a Cosmologia, a Teoria da Relatividade, de Einstein e a Física Quântica.

Enfim, esse livro é sensacional, sob vários aspectos; relendo-o, observei uma série de comentários que costumo fazer ─ em livros de maior interesse ─ nas próprias páginas, além dos destaques ─ inúmeros ─ feitos em pontos considerados principais.

No capítulo 6, coloquei o comentário de que, a meu ver, a ótica de busca por vida inteligente em outros espaços do universo, é errada; os cientistas ainda fazem do animal humano e do Sistema Vida ─ Planeta Terra a baliza para pesquisas sobre extraterrestres. A ciência ainda está presa em vários paradigmas, não conseguindo enxergar que suas próprias ideias atuais a impele a cogitações de níveis diferenciados, dos atuais. Pelo menos conseguem admitir que conhecem a Vida, sob a ótica da própria vida existente no Planeta Terra. E se houver tantas outras, totalmente diferenciadas, sequer imaginadas? Eles ainda questionam a possibilidade ─ ou não ─ da vida ter sido um acidente cósmico; minha resposta é um estrondoso NÃO e creio que muitos deles também pensam isso mas têm medo das consequências, dessa resposta, para a própria estrutura científica.

No capítulo 5, observo que um grande número de cientistas pensa, de forma totalmente equivocada, que o possível encontro entre o animal humano terreno com seres extraterrestres poderá resultar numa ajuda nossa, para modelar o futuro do universo e transformá-lo, de uma coleção de átomos sem vida numa mente imensa e transcendente. Esse tipo de pensamento é de uma pequenez tão grande para mentes tão complexas e maravilhosas, que nos deixa triste; se nós, simples viventes da grande massa pensamos que somos únicos e maravilhosos, que somos o centro de tudo que gira a nossa volta, existe desculpa para tal ilusão; eles, entretanto, estão em outro patamar de conhecimento; assim, para eles, não há desculpa em pensar que os átomos não têm vida e que não existe, ainda, essa Mente Imensa e Transcendente que eles pensam em ajudar a “existir”!

Muitas e muitas outras observações foram feitas; não cabe aqui citar todas; encerro, entretanto, com uma que considero a mais importante e séria de todas e, que explica a razão de ter postado, do capítulo 6, aquele pensamento de Penrose.

A CIÊNCIA AINDA NÃO SE DEU CONTA DE QUE A ENERGIA É PENSAMENTO, INTELIGÊNCIA E LINGUAGEM!

 

Maria ─ Estrela Lunar Amarela

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Livros disponibilizados para download:

EgoCiência e SerCiência ─ Ensaios


 
EgoCiência e SerCiência ─ em Busca de Conexões Quânticas


 
EgoCiência e SerCiência vc. Algumas questões humanas


 

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