Com a proximidade de mais um período eleitoral, fico me
perguntando quais são os critérios, de cada eleitor, para eleger este ou aquele
candidato, para qual cargo for.
Substituindo a palavra critérios pela palavra ─ razões,
talvez fique mais fácil ter uma panorâmica mais geral, sobre; é o que veremos,
mais abaixo.
Somos uma sociedade ainda em aprendizado eleitoral; contando
a partir de 1950 até 2010.tivemos apenas 9(nove)
eleições diretas, para presidente, pois de 1964 até 1985, as eleições eram indiretas; vivíamos a época da
Ditadura.
As pessoas que nasceram em 1985, por exemplo, exerceram seu
poder de voto já, 3 vezes (não considerando 2º turno); em contrapartida, pessoas de minha faixa
etária (70 anos) só votaram 6 vezes,
para presidência; meu primeiro voto foi em 1989 pois nas eleições de 1960,
ainda estava com 16 anos e impedida, pela idade, de votar.
As razões mais conhecidas da maioria de nós, que leva uma
pessoa a votar, é a famosa indicação da família, de amigos, simpatia pessoal
etc.; para não votar, temos a opinião midiática, que conta muito, infelizmente,
já que suas preferências serão as ditadas pelo Sistema, pelo status quo capitalista/neoliberal e
isto, de forma mais acirrada em eleições presidenciais.
Não tenho ideia de quantos votam por opção partidária e
destes, quantos pesquisam para saber o que, exatamente, compõe a sigla
partidária e seus fundamentos principais. Por exemplo, o PMDB ─ Partido do
Movimento Democrático Brasileiro, antigo MDB do tempo da Ditadura em que era
partido contrário a ARENA este, aliado ao governo militar ─, aponta como
fundamentos o sincretismo político,
centrismo e o fisiologismo; vamos
esmiuçar cada designação, para entendermos melhor.
─ Sincretismo político,
nada mais é do que uma “acomodação” de ideologias aparentemente opostas;
─ centrismo, como a
própria palavra informa, é meio que ficar em cima do muro; nem tanto ao mar,
nem tanto a terra, dito de forma bem popular;
─ fisiologismo,
esse termo identifica relação de poder político em que ações políticas e decisões
são tomadas em troca de favores; encontramos nos 32 (TRINTA E DOIS) partidos registrados no TSE, 8 com esse mesmo
“perfil” – fisiologismo.
Salientei o número de partidos existentes por considerar
isso, um verdadeiro Absurdo, apesar
de sabermos, muito bem, a razão para tal.
Creio que essa questão terá que entrar, um dia, no que se
espera da Reforma Política que até agora, está só na promessa; no meu entender,
5 partidos estaria de bom tamanho para acomodar ideologias; mas, se chegarmos a
apenas 10 será um grande ganho, pois ainda existem uns tantos esperando pela
aprovação do TSE!
Quem vota em um partido que se diz ─ fisiologista, sabe muito bem o que esperar, dele; entretanto, pelo
menos são sinceros pois dizem o que fazem, justamente por terem certeza, que a
grande maioria de eleitores, sequer vai procurar saber o que isso significa; além
do mais, o fisiologismo parece ser quase dominante na classe política,
como um todo, infelizmente.
Vejamos um outro exemplo sobre as características partidárias
─ o DEM ─ Democratas:
─ Centro direita;
conservadorismo liberal; liberalismo
econômico; neoliberalismo; democracia cristã
As duas características que coloquei em negrito, determinam
sua profunda ligação com o status quo neoliberal
além de que, a democracia cristã
combate o Estado forte; nesse caso específico observasse, com exatidão, os
rumos econômicos pregados pelo partido; assim, é preciso, sob meu entendimento,
prestar atenção ao anseio de votar em tal; infelizmente os mais jovens não
sabem o que representou e ainda representa ─ pois não nos livramos, totalmente deles
─ governos de cunho determinantemente neoliberais. Creio que teríamos que nos
interessar mais em saber das mazelas
múltiplas que o neoliberalismo causou em quase todos os países, do mundo.
A panorâmica brasileira em relação à bandeira ideológica
principal, de cada partido é assim composta:
partidos de esquerda, 7; os
de centro-esquerda, 8; direita, 1; centro-direita. 3; centrista,
13.
Mas, em termos de condição do exercício do voto, o que vimos
acima é apenas uma pequena parte do todo a ser analisado por quem quer dar um sentido responsável, a seu voto, seja
em que esfera a eleição for realizada ─ municipal, estadual, federal e, para
que cargo for ─ vereadores, prefeitos, deputados estaduais, governador,
deputados federais, senadores, presidente.
Particularmente, como não tenho opção partidária e sim,
ideológica ─ e esta é de esquerda ─,
sempre votei, também, com base em minha intuição; ver/ouvir candidatos faz-me
perceber na forma de olhar, nos gestos, no tom de voz, nas palavras o que há,
realmente, de mais interno, neles; confesso que até hoje, não tive nenhuma
desilusão mais cruel, em ralação aos que optei, votar.
Em 1989, votei em Brizola; foi uma escolha difícil porque
simpatizava com Roberto Freire que hoje, debandou-se para o neoliberalismo; em
1994, tornei a votar em Brizola; 1989 ─ após uma intensa campanha solitária
contra o candidato Collor, no bairro onde morava ─, votei em Ciro Gomes; 2002,
1º turno Ciro e 2º turno Lula, pois não queria Serra de jeito nenhum; 2006, em
função de toda pesquisa que fiz, votei em Lula; essa pesquisa foi tão
abrangente e séria que alguns amigos meus, ao vê-la/analisá-la, decidiram-se
por Lula, mesmo sendo de partido contrário, deles.
Em 2010, votei em Dilma por ter acompanhado seu trabalho na
Casa Civil, por ser mulher e pela possível continuidade dos projetos sociais,
principalmente os voltados às classes pobres.
Este ano, promete ser bastante cruel o pleito, em função da
maciça carga de interesses do Sistema capitalista/neoliberal; temo, inclusive,
por situações extremas pois o pouco que vejo em redes sociais, o clima é quase
como guerra de facções com postagens de baixíssimo nível e alto grau de ódio,
mesmo. Esse fato, em especial, fez-me enviar carta ao Ministério da Defesa ─
Ministro Celso Amorim, mês passado, chamando atenção para o verdadeiro ─ Risco
País ─ totalmente diferenciado daqueles “combinados”, das agências
internacionais, de risco. Essa carta, de 4 folhas, criticou vários pontos e
chamou atenção para outros que, sob minha ótica, estavam sendo negligenciados;
citarei, dela, apenas os dois últimos parágrafos ─ O povo não pode e não deve ficar alheio ao que estão fazendo aqueles
que por ele, foram eleitos; em anos passados, isso poderia parecer ─ insignificante; na atual conjuntura
nacional/mundial, isso é ─ IMPRESCINDÍVEL!
Na esperança de que
esta carta tenha sido pelo menos lida, encerro embalada pela sensação de Dever Cumprido.
Voltando, não tínhamos esse clima pesado, no Brasil; pelo que
analisei, tudo começou nas eleições de 2010, tornando-se bem mais agressivo,
neste ano.
Demonstrei, em outros artigos, minha imensa preocupação com o
País; é um período crítico em que todos os setores negativistas, estão se
aproveitando de qualquer situação para elevá-la ao cubo, quanto sua gravidade;
isto é extremamente perigoso tendo em vista que até internacionalmente, a mídia
capitalista/neoliberal contribui para reforçar o trabalho de suas congêneres,
brasileiras.
Temos problemas, sim.
Deles, computo como mais sério exatamente a questão política;
necessitamos, urgentemente, de uma REFORMA AMPLA, que envolva todas as questões
partidárias e outras tantas mais. De uma forma ou de outra é preciso exigir transparência em todas as esferas
públicas e daqueles a elas, relacionados; não podemos esquecer que afinal,
vereadores, prefeitos, governadores, deputados estaduais, federais, senadores e
presidentes ocuparam e ocupam esses cargos por total deferência, de cada
eleitor.
Quanto a nós, chamados genericamente
de Sociedade Brasileira, temos que aprender a não só reclamar; temos que aprender a questionar
ações ─ sejam de que esfera for ─; temos que cobrar, cada vez mais, nosso
direito de participar ─ através de recursos disponíveis ─, dos caminhos
políticos/econômicos/educacionais, do Brasil.
Precisamos levar a todos a certeza de que o melhor poderá ser
o entendimento, a vivência, o ativismo de
uma Democracia
Participativa; apenas votar, mesmo que de forma consciente, não basta; precisamos agir e fazer valer, nossas ações;
só conseguiremos tal, com movimentos que sejam a máxima expressão de cidadania
ou seja, com foco no que realmente
desejamos e sem atitudes baixas e
inconsequentes; muitos querem que nossa forma de ação seja desordenada/inconsequente
pois facilitaria seus planos de ação político/partidária.
Falando em atitudes baixas e inconsequentes, dentre as
pessoas que tenho, no face, há uma que parece ter enlouquecido; parecia ser
centrada e ativa, politicamente, até tempos atrás; agora, neste período
eleitoral seu nível de postagens é terrivelmente marcado com ódio extremado; não é uma oposição
saudável que critica o que realmente tem que ser criticado; que defende o que
acredita, de forma holística; é uma destemperança total, um ativismo totalmente
negativo, pesado, destrutivo, mesmo. Agora, o grupo do qual faz parte está
bombardeando com pedidos que Bolsonaro seja candidato à presidência; creio não ser necessário dizer mais nada,
não é?
Sei que todos têm
direito a opinar;
entretanto, se queremos fazer valer uma ideia, expor um ideal podemos, pelo
menos, fazê-lo com certa dignidade pessoal, aceitando um bom debate, mesmo que
seja conflitante.
Essa forma de tratar questões políticas seria, sob minha
ótica, o caminho inicial ─ ideal ─
para desenvolvimento da Democracia Participativa.
Maria-Estrela Lunar Amarela
─ qualquer erro detectado, por favor, nos informe.
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