INFORMAÇÃO IMPORTANTE
Este artigo já estava
pronto quando comecei a analisar, com mais agudez as movimentações populares,
principalmente as mais turbulentas, iniciais, e as de 17 e 18 de junho.
Confesso que em
princípio, fiquei extremamente preocupada; tudo foi rápido demais e parecia
algo de finalidade apenas “desestabilizante”.
Entretanto, nesta
segunda e terça, algo mais “esperançoso” acompanhou a observação, dos
movimentos.
Fui obrigada a assistir
o único canal que passa, em tempo integral, toda a manifestação, acompanhada é
claro, das devidas ─ e indevidas opiniões ─ dos repórteres que seguem,
religiosamente o que lhes permite, seus patrocinadores, seus verdadeiros
mandatários.
Como se observa uma
difusão de pontos em certo destaque, nessas manifestações, essa mídia já está
querendo, ela mesma, sugerir pauta de reivindicações.
Alguns de seus
comentaristas ainda utiliza o velho jargão do status quo, em referência às pessoas reunidas em grandes grupos ─ MASSA, no sentido pejorativo, do termo,
é claro!
Tomei a decisão, então,
de dividir este em 2 partes.
A primeira, o artigo
que já estava pronto, justamente por ter tudo a ver com a segunda, que é uma
tentativa de ajuda na formação de um movimento mais sério, mais integrado, mais
atuante, mais duradouro.
É preciso deixar claro,
entretanto, que a possível implementação dessas sugestões ─ bem como de muitas
outras que deverão surgir ─ vai exigir um movimento extremamente bem
organizado, coeso, consciente da enorme responsabilidade que deverá ser
assumida, em princípio, pelos grupos formadores locais, interligados
nacionalmente, é claro; com o fortalecimento do movimento, deverá ser obtida a
adesão de grande parte da população brasileira. Isto pode parecer utópica,
principalmente em função da seriedade e determinação que os ativistas, terão
que ter; para mudar é preciso lutar; não são apenas marchas populares que
resolverão todas as questões; é preciso definir níveis de atuação e pautar
prioridades; isto feito, as Marchas ── tão sonhadas por Paulo Freire, terão total
VALIDADE.
Espero, sinceramente,
que a 2ª parte possa ser, de alguma forma, útil.
Ao encerrar gostaria de
pedir aos que lerem, que caso alguma validade seja encontrada ─ principalmente
na 2ª parte, deste ─ compartilhem o máximo, possível.
Vamos a íntegra, deste.
Parte 1 SOCIEDADE
Em sociologia, sociedade recebe, entre outras, esta designação:
ORGANIZAÇÃO DINÂMICA DE INDIVÍDUOS AUTOCONSCIENTES E QUE COMPARTILHAM OBJETIVOS COMUNS E SÃO, ASSIM, CAPAZES DE AÇÃO CONJUGADA.
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Particularmente, compartilho do pensamento de Margaret
Thatcher ao dizer que sociedade, da forma
como é pensada, não existe.
Grosso modo, sociedade, vejo como sendo um dado
número de elementos viventes ─ animais humanos ─ que compartilham de forma
constante ou temporária, de determinado lugar, devidamente reconhecido como
cidade, Estado, Nação, Continente, Hemisfério tudo em acordo com as divisões
feitas para “acomodar” interesses vários inclusive, o de organização
territorial/social. Muitos não admitem a utilização do termo sociedade veiculado a divisão
territorial; entretanto, vê-se constantemente, referências, como: sociedade
gaúcha, pernambucana, carioca, paulista etc, incluindo a todas no que é denominado sociedade
brasileira
Posso estar redondamente enganada, no que vou dizer;
entretanto, vejo que os Estados Unidos conseguiu “criar” ideologicamente falando, uma sociedade desde os primórdios de sua
história; a coisa mais visível ─ quiçá,
até no momento do nascimento ─ é a bandeira americana; casas, carros,
camisetas, prédios, praças etc., estampam nos mais diversos tamanhos, a
bandeira do país. Esse foi o apelo visual que unificou, praticamente, uma nação
inteira; depois dele, vários outros tipos de apelos foram sendo usados com o
intuito principal de ter a totalidade ─ ou quase ─ da população, sob estreito
domínio e comando, compartilhando dos objetivos do país e capazes de qualquer
coisa, para defendê-lo.
Deu tão certo que eles, os indutores, resolveram ampliar
fronteiras, exportando suas “ferramentas” de domínio a vários e vários países,
do mundo, criando “subsidiárias” de sua sociedade. Durante décadas e décadas, o ideário da
sociedade americana foi sendo disseminado e conseguiu inúmeros “adeptos”.
Martin Heidegger cunhou a expressão ─ americanização do mundo
─ com o intuito de demonstrar a “exportação” do ideário de sociedade que os E.U
unidos queria implantar, em vários e vários países, com o objetivo de obter
aliados ao Sistema.
Outro grande pensador e ativista ─ Herbert Schiller ─ após
verificar a dimensão que essa americanização
havia tomado e, em função dos novos elementos, adicionados, expandiu sua
anterior análise ─feita em famoso livro ─ atualizando-a para ─ “... uma dominação cultural transnacional e corporativa.”
Interessante observar, exatamente aqui, como estamos vendo,
cotidianamente, através da mídia capitalista/neoliberal, comparação entre o
Brasil e os E.U, com ênfase de excelência ao segundo, é claro; parece não
existir outros países, no mundo, aos quais o Brasil possa ser comparado, de uma
forma ou de outra.
Já perceberam, isso?
Estranho, não é?
Apesar do que disse, parágrafos acima, sob sociedade
americana, ela não se encaixa, totalmente, ao que é definido pela sociologia,
pela falta de um elemento ─ autoconsciência.
Importante observar a existência de inúmeras discussões
pautando exatamente a existência, ou não, da sociedade, tal como é pensada.
Vários teóricos marxistas, destacando aqui ─ Slavoj Zizek ─ pensam e afirmam
que a sociedade é tão somente um efeito da ideologia dominante; por
esse pensamento, consideram que sociedade,
não deve ser um conceito sociológico.
Levando em consideração o pensamento desses teóricos
marxistas, pode-se observar que o termo ─ sociedade ─ é amplamente utilizado
pelo sistema midiático ─ e creio, não só em nosso país ─ quando querem usar da indução
transfinita, através do uso da sintaxe dos valores dominantes.
A expressão ─ sintaxe dos valores dominantes,
vocês já conhecem, através do filme ─ ZEITGEIST: Moving Forward; falta
explicar o outro ─ indução transfinita, para quem não o conheça.
Espero, sinceramente, que os matemáticos não me crucifiquem
pelo uso ─ quase indevido ─ desse termo utilizado na Teoria dos Conjuntos, um
dos ramos da matemática.
Acontece que o tinha anotado, por ter simpatizado com ele e
intuir, que em algum momento iria empregá-lo, em outro contexto; o momento é
este, neste post.
No dicionário, indução ─ em acordo com o contexto
em que essa palavra está sendo utilizada, aqui ─ é citada como:
─ ato ou efeito de
induzir;
─ raciocínio em que, de
fatos particulares se tira uma conclusão genérica.
Preciso admitir que a sociedade que sempre sonhei─ e sonho ─
não será forjada; ela nascerá,
verdadeiramente, de forma natural, espontânea. Nos primórdios do tempo
existiram verdadeiras comunidades unidas por objetivos mútuos de sobrevivência,
através da busca de alimento, proteção de intempéries e predadores. Esses eram
os objetivos que os unia e todos, juntos,
lutavam por eles. Eram comunidades naturais, vivendo de forma natural, “ouvindo”, sentindo o que seus
instintos lhes informavam.
Hoje, e de há muito tempo, a sociedade que pensamos ser, só
“existe” esporadicamente; só surge como tal ─ ou quase ─ mediante algum fato
extraordinário que desperte, na maioria, um “espírito de corpo”
social. Mas, é algo passageiro; não permanente por não nos sentirmos, como tal;
nos acompanha, ainda, a sombra da estratificação social, no que ela tem de
mais, negativo.
Somos seres únicos, sim, mas vivemos em comunidade queiramos
ou não aceitar esse fato; comunidade pressupõe amálgama que permite sobreposição da individualidade, pura e
simples.
Não sei dizer, exatamente, como nos tornaremos uma sociedade,
como tal é pensada, existir; qualquer sociedade, por exemplo, juridicamente
constituída, pressupõe uma razão maior, um objetivo entre os que a compõe,
entre os que firmaram tal vínculo.
Não temos vínculos sociais mais expressivos ─ nem menos,
expressivos ─; vivemos em uma pequena
caixinha(*) na qual só adentram os que nos são caros, nossos bens
materiais, status quo; temos receio de encarar qualquer abertura, dessa
caixinha; ela nos é cômoda (tal qual as cômodas que servem para guardar
coisas); só “frequentamos” outras caixinhas, similares; qualquer coisa que
possa colocar em risco o que há, dentro dela, simplesmente descartamos; não
admitimos sequer, pensar sobre; consideramos tudo que está fora dela como um
“problema”, do qual, queremos a máxima
distância.
Somos, realmente, uma Sociedade?
Só se for ─ Sociedade
de Consumo!
Perdidos por esse imenso e MARAVILHOSO Planeta, existem, em
lugares totalmente isolados ─ felizmente ─ povos vivendo, ainda,
comunitariamente, inclusive com a
Natureza.
Eles, sobreviverão!
“Nenhuma
realidade é assim mesmo; toda
realidade está aí submetida à possibilidade de nossa intervenção, nela.” Paulo Freire
Paulo Freire
diz, textualmente:
“É PRECISO
MESMO BRIGAR PARA QUE SE OBTENHA UM MÍNIMO DE TRANSFORMAÇÃO.” (Fonte: este
blog, postagem: REFLEXÕES -19/05/2013)
O VÉRTICE DA HUMANIDADE SERÁ O
BRASIL. Walt Whitman
─ o movimento que hora
se inicia, precisa receber um nome para torná-lo conhecido, nacionalmente; que
tal -─ MOVIMENTO BRASIL 21?
SE TEMOS O DEVER DE VOTAR, TEMOS O DIREITO
DE COBRAR.
─ não deverá ser
cooptado por nenhuma ong, partido político, religião e, muito menos, por
qualquer mídia capitalista/neoliberal;
─ precisará ser
intencionalmente puro, expurgando dele, qualquer ideologia, de domínio;
─ precisará repensar o
Brasil, em questões fundamentais:
● Política
● Educação
● Ecologia
Entre outros.
─ Política (sugestões)
● acompanhamento
constante da atuação das câmaras municipais, estaduais e federal quanto,
principalmente, projetos em votação para que seja possível intervenção em
pontos que sejam desfavoráveis ao município, estado, país ou ao povo
brasileiro;
● no âmbito federal,
mesmo acompanhamento deverá ser feito ao Senado;
● conhecer, na íntegra,
o Projeto de Reforma Política, observando a necessidade de diminuição do número
de partidos;
● recolher assinaturas
para que nas próximas eleições para prefeito, governador e presidência, o
vencedor se comprometa, de forma legal, a não distribuir secretarias (no caso
de munícipios e estados) e ministérios (âmbito federal) a membros de partidos
políticos; exigir que esses cargos sejam assumidos por especialistas de renome,
em cada área. Isto será favorável em vários sentidos evitando, a cada problema,
desgastes governamentais; sem essa pressão popular isso nunca será mudado; a
atual presidência tentou, sem obter sucesso;
● conhecer, na íntegra,
o Projeto de Regulamentação do Setor Midiático, forçando sua aprovação,
imediata;
●existem 2 repasses do
Governo Federal que precisariam ter uma fiscalização da população; são eles:
▪ o FPE ─ Fundo de Participação dos Estados e
o
▪ FPM ─ Fundo de Participação dos Municípios
Esses dois repasses
instituídos, por lei, são fruto de percentual da arrecadação do Imposto de
Renda e do IPI. Particularmente considero importante esse acompanhamento,
porque o que saí do Governo Federal e vai aos estados e municípios é passível
de desencaminhamento de grande parte, do valor repassado, bem como, alocações
privilegiadas. Creio que aqui reside um dos maiores “ralos” de sumiço de
dinheiro público;
─ outro ponto que
precisa de análise é a Liberação de Verbas aos Parlamentares; é preciso
questionar a razão de serem tão ostensivamente cobradas, de tal forma que a não
liberação é desculpa, totalmente cretina e abertamente declarada, de suspensão de
votação, de projetos de importância; pra onde vai o dinheiro dessas verbas? Em
que é aplicado?
● buscar conhecer
melhor, e exigir utilização quando necessário, do Direito a pedir Plebiscito;
● muitos e muitos
outros pontos terão que ser catalogados; estes são apenas os básicos, sob minha
ótica.
─ EDUCAÇÃO PÚBLICA
● Neste item não
proporei nada em específico por não ter suficiente conhecimento; entretanto, uma
sugestão que considero importante como forma de minimizar a baixa qualidade de
ensino ─ por motivos vários, inclusive desinteresse das próprias secretarias de
educação e da maioria dos professores ─
é fazer algum tipo de parceria com universitários, no sentido de que, 1 vez por
semana, eles ocupem todo o horário de aula para trazer informações sobre suas
áreas específicas ─ Sociologia, Psicologia, Filosofia, Economia, Ecologia, TI, etc., incentivando
perguntas e debates, em classe. Haverá um revezamento semanal entre eles, para
que o leque de opções, seja abrangente. O principal objetivo, dos
universitários que, melhor seria, fossem voluntários, é procurar elevar o nível
cultural de jovens e adolescentes, incentivando e proporcionando incentivos ao
desenvolvimento crítico, bem fundamentado.
Isso poderá ser feito
nas escolas públicas das cidades que contam com faculdades/universidades; os
munícipio mais distantes terão que ser, também beneficiados com esse trabalho.
Talvez aí, a alternativa seria a contratação temporária de universitários para
que se desloquem, durante um período de recesso escolar, até os municípios
determinados, ali permanecendo por um período mínimo, de 15 dias, em trabalho
integral, nas escolas.
─ ECOLOGIA
Este é um dos aspectos
mais importantes, atualmente. Como
poderá atuar o Movimento?
─ Pesquisa/analisar, com absoluta seriedade e
profundidade, a atuação do que é denominado ─ Partido Ruralista
pois eles são representantes do que há de mais poderoso no ─ Agrobusiness;
analisar todos os projetos de autoria deles e intervir, de forma maciça, quando
forem desfavoráveis aos País, como um todo;
─ IMPORTANTE: manter especial
atenção à questão dos recursos hídricos, do País, principalmente quanto ao
AQUÍFERO GUARANI e AQUÍFERO ALTER DO CHÃO. Segundo informação
mais recente, o Aquífero Alter do Chão ─ que atravessa Pará, Amapá e Amazonas ─
já está sendo considerado a maior reserva de água doce, subterrânea, do mundo;
essa posição pertencia, anteriormente, ao Aquífero Guarani. Com essas duas
reservas, de enorme potencial, transnacionais ligados ao setor hídrico, que já
estão atuando em Bolsas de Valores, devem investir pesadíssimo para obter
domínio sobre essas 2 reservas, pertencentes ao Brasil. É de conhecimento
público a escassez de água doce que já existe e se tornará, mais intensificada,
nos próximos 10 anos, no máximo!
─ Analisar, com
profundidade, a possibilidade de plantio de árvores frutíferas, em cada
município e seus arredores, com dupla finalidade: reflorestamento máximo
possível e reserva de alimento ─ frutas ─, caso venhamos a ter, como previsto,
escassez dos alimentos, mais comuns.
─ pesquisar/dimensionar
a utilização de agrotóxicos, no País; caso seja necessário, levantar
assinaturas para reversão parcial do quantitativo e proibição daqueles que já
estão proibidos, em outros países.
O antigo sonho de
nascimento de uma sociedade realmente verdadeira, de certa forma criou impulso
maior ao ver que, mesmo sem muita definição de plano de ação mas, com
determinação de participação ativa e consciente, milhares de jovens saíram as
ruas sem bandeiras partidárias ─ apenas com a Maravilhosa Bandeira Brasileira
─, e sem slogans, religiosos. Pela Constituição
brasileira somos, felizmente, um País laico; assim, deveremos continuar!
Aos ativistas, parabéns
pela pacífica movimentação; vamos mostrar ao mundo que a Paz, Vontade,
Determinação, Objetividade e muito trabalho, são os alicerces maiores de uma
FORMAÇÃO SOCIAL realmente válida e em acordo com a NOVA ERA, que aí está!
SÉCULO 21 ─ SÉCULO DE UM NOVO PAÍS, DE UM NOVO MUNDO
ATRAVÉS DE UM NOVO HUMANO!
Maria-Estrela Lunar Amarela
─ qualquer erro, por favor, nos
informe.
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