segunda-feira, 13 de junho de 2011

SOBRE 2012 - Parte 2


11/06/2011
Post 2
O enfoque deste post, seria diferente, não fosse a surpresa ao encontrar na banca de preferência, a Edição Verde da revista Época. Dando uma rápida olhada,  nesse encarte especial,  resolvi comprar essa edição,especificamente, pois essa revista e a Veja, não constam de relação de nossas leituras rotineiras, há mais de 15 anos.

A capa estampa o seguinte:  AGORA SOMOS 7 BILHÕES. NOSSO PLANETA AGUENTA?
O número ─ 7 BILHÕES  e a pergunta são extremamente pertinentes ao momento pelo qual, Humanidade e Planeta, estão passando.

Creio que outra pergunta poderia dar início, ao que veremos.   Essencial e basicamente, quais são as 3 necessidades para sobrevivência do animal humano e todas as demais espécies?

AR, ÁGUA, ALIMENTO  exatamente nessa ordem, temos as 3 necessidades básicas, para manutenção da vida orgânica.  Sem ar ─ oxigênio, a vida humana se extingue em pouquíssimos minutos;  sem água e,  dependendo de cada organismo,  o tempo de suporte se dilata, podendo alcançar alguns dias. Sem alimento, sem comida, para sermos mais objetivos, pode-se atingir um tempo maior, de sobrevida,  sempre dependente de condições orgânicas. Tenho uma amiga, por exemplo, que já fez jejum de 21 dias, apenas ingerindo líquidos ─ água,  chás, sucos.

Quanto ao ar que respiramos, sabemos que a fotossíntese é o principal processo natural responsável pela manutenção do oxigênio, na atmosfera.  Esse processo depende inteiramente, dos vegetais clorofilados; os de maior destaque no sucesso da fotossíntese são as árvores. Ao olharmos uma megalópole, como São Paulo, por exemplo, notamos,  com a maior facilidade, a vastidão do concreto em contraste com pequeníssimas ilhas verdes. Esse desequilíbrio, reforçado exponencialmente,  pelo acúmulo devastador de gases poluentes, na atmosfera, torna o ar insalubre, pesado, irritativo às vias respiratórias e danoso a todo o organismo.  E isso está ocorrendo, mesmo nas grandes e médias cidades. Mais que isso; estamos devastando florestas pela ganância do extrativismo vegetal que tem,  na venda de madeira,  exorbitantes lucros e,  pela ação das grandes multinacionais do agronegócio que desmatam, revertendo imensas áreas ─ antes totalmente cobertas por árvores ─, em monoculturas. Pequenas ações de reflorestamento,  estão sendo desenvolvidas; precisamos apoiar esses projetos e, também, por conta própria, plantar uma arvorezinha aqui,  outra, ali  preferencialmente, frutífera. Uma curiosidade:  as plantas jovens liberam mais oxigênio por demandarem mais dióxido de carbono, para seu crescimento; a Natureza é fantasticamente, sábia.

Quanto ao elemento água, somos informados que o planeta inteiro tem apenas,  3% de água doce. Os 7 BILHÕES de humanos, estão prestes a encarar escassez desse bem maior, o que, provavelmente, desencadeará guerras semelhantes as  que temos, hoje, em relação ao petróleo.

O Brasil, juntamente com Argentina, Paraguai e Uruguai tem, em seu subsolo, importantíssima reserva de água doce ─ O Aqüífero Guarani. O Brasil é detentor da maior porção, desse aqüífero, sendo que pequena parte dele foi “cedida” durante governo FHC, a um grupo internacional, para exploração; não tenho notícia se a negociata,  totalmente ilegal, foi desfeita.

Segundo o site http://www.oaquiferoguarani.com.br/index_02.htm, dos 10,5 milhões de Km3 de água doce, cerca de 98,7%  corresponde à parcela de água subterrânea, e apenas 0,9% corresponde ao volume de água doce superficial (rios e lagos).

E o estado dos nossos rios, como está?  A maioria, quase totalmente poluído, contaminado por produtos químicos e dejetos das mais diversas espécies.  Além disso, o animal humano usa,  indiscriminadamente, esse precioso bem, um dos sustentáculos da vida, no Planeta Terra. Usamos água em demasia e, irresponsavelmente; banhos demorados, lavagens de entradas de prédios e calçadas, de carros, acima do necessário. Dimensionar nosso consumo de água,  é uma forma de colaborar com a preservação desse bem. Lembremos que em muitas partes do mundo, a escassez já se faz presente; lembremos também das dificuldades, aqui mesmo em nosso país, de populações do interior do nordeste, principalmente, que caminham quilômetros para obter, um  balde de água.

O mundo experimentará a crescente escassez de água para agricultura como resultado das mudanças climáticas, um fenômeno que afetará os meios de sobrevivência de comunidades rurais e a segurança alimentar de áreas urbanas, aponta o relatórioMudança Climática, Água e Segurança Alimentar”, da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

Quanto ao 3º  item relacionado ─ Alimento, o Brasil é um país também, privilegiado, tido e conhecido como possível  Celeiro do Mundo. Acontece que esse celeiro ─ o potencial maior, dele ─ está (direta ou, indiretamente),  nas mãos de poderosas estruturas internacionais, do ramo alimentício que, recentemente, por pura cobiça, deflagraram alta de preços, das commodities, criando, artificialmente, situação inflacionária, mundial. A essas estruturas, não importa se menos pessoas irão ter acesso à comida; interessa que o restante, que pode pagar pelo que come, mesmo com certo sacrifício, para alguns, pagará valor superestimado, proporcionando-lhes lucros maiores que os habituais.

Avizinha-se, então, em função dos 7 bilhões de animais humanos a serem alimentados, mais o domínio e cobiça dos poderosos setores do segmento, profunda crise mundial. Em caso de crise extrema, os grandes centros urbanos serão os mais duramente afetados, em caso de possíveis desabastecimentos.

A Câmara Federal,  votou e aprovou, um novo Código Florestal; nessa casa, a bancada ruralista, conseguiu, mais uma vez, aprovar algo que vai a favor de desmatamentos, desconsideração de áreas de preservação ambiental e, contra os pequenos produtores rurais. É tamanha a barbárie, desse código, que nada mais nada menos que 710 Km2 de desmatamento, está sendo previsto para de imediato. (Fonte:  Caros Amigos/artigo de Dom Tomás Balduíno-10/06/2011)

Esse mesmo artigo ainda informa, fazendo referência às mortes de líderes rurais ─ que tentam defender o país de desmatamentos, invasão de áreas de preservação, etc  ─ o seguinte: “Em média, por ano, 2.709 famílias são expulsas de suas terras pelo poder privado e 63 pessoas são assassinadas no campo brasileiro na luta por um pedaço de terra! 13.815 famílias são despejadas pelo Poder Judiciário e pelo Poder Executivo por meio de suas polícias! 422 pessoas são presas por lutar pela terra! 765 conflitos acontecem diretamente relacionados à luta pela terra! 92.290 famílias são envolvidas em conflitos por terra!”


Não creio que no Senado, as coisas possam ser diferentes, na votação desse Código Florestal.

A questão agrária, em nosso País,  continua sofrendo todo tipo de interferências,  negativas. A agricultura familiar, grande possibilidade de garantir trabalho e renda às famílias, em suas pequenas propriedades, é constantemente assolada por críticas midiáticas, sempre pela força do agronegócio que não admite, sequer, a menor interferência em seu poder destruidor ─ tanto de pequenos produtores, quanto da terra e, ainda mais, dos organismos que, ao se alimentarem com produtos produzidos por grandes empresas,  vão sendo vagarosamente minados pela utilização massiva e maléfica, de fertilizantes e agrotóxicos.

Segundo um artigo de Frei Betto ─ El Brasil rural, matar e deforestar (site Rebelion)  ─,  1% de produtores rurais são donos de 50% do território brasileiro. (negrito nosso)

Creio que nada mais é necessário acrescentar, salvo pensar num grande movimento nacional, através de redes sociais, convocando população brasileira para fazer valer seus direitos, pois são os nossos direitos que estão sendo usurpados, justamente por pessoas que foram eleitas e, que hoje, participantes de bancadas ruralistas trabalham, ardorosamente, contra a própria população, natureza e,  país.

O que vimos, neste post, é parte inclusa de nossas reflexões sobre 2012.  Não poderia ser diferente; tudo está relacionado ao Sistema Vida, do Planeta Terra; holisticamente, a ligação e interdependência  de tudo, com tudo, não isola nossas questões regionais, do todo, do global.

Encerramos,  com um importante e oportuno pensamento,  de  Eduardo Galeano. Galeano é autor do famoso livro dado por Hugo Chávez a Obama, durante a 5ª  Cúpula das Américas, em 2009. Com esse ato, Chávez trouxe, novamente, aos primeiros lugares, na lista de Best Sellers o livro de Galeano ─ Veias Abertas da América Latina, editado em 1971. Valeu, Chávez!

A primeira condição para modificar a realidade consiste em conhecê-la

Maria ─ Estrela Lunar Amarela

P.S.: havendo erros, por favor, nos comunique.

Nenhum comentário:

Postar um comentário