sábado, 8 de outubro de 2011

SISTEMA VIDA ─ PLANETA TERRA


08/10/2011

POST  2

O que começou como uma hipótese, em 1969, hoje já se tornou uma teoria científica. Estamos nos referindo a Hipótese de Gaia de James Lovelock que postula ser a Terra,  um superorgansmo. A proposição de superorganismo ─  definida pela bióloga Lynn Margullis ─  foi adotada na Hipótese de Gaia, tornando-se sua base.

Para Loveloch, Gaia  sente e reage organicamente, sendo portanto, um imenso organismo vivo.

Recordando ─  Gaia, Géia, Gea ou Gê era a deusa da Terra, a Mãe Terra do panteão das divindades gregas. Segundo Hesiodo, poeta da Grécia Antiga  ─ século VIII a.C ─, o princípio foi o Caos; do Caos nascem, em seguida, Gaia  (a Terra) e Eros (o Amor), entre outros.

James Lovelock nomeia, então, sua hipótese de Gaia, como homenagem a essa deusa grega, aceitando sugestão,  de um amigo.

No livro A Teia da Vida, Fritjof Capra coloca em destaque um importante momento de Lovelock, que norteou todo seu trabalho no que hoje é chamada ─ Teoria de Gaia.

“Para mim, a revelação pessoal de Gaia veio subitamente ─ como um flash de iluminação. Eu estava numa pequena sala do pavimento superior do edifício do Jet Propulsion Laboraty, em Passadena, na Califórnia. Era outono de 1965... e eu estava conversando com um colega, Dian Hitchcock, sobre um artigo que estávamos preparando. ... Foi nesse momento que, num lampejo, vislumbrei Gaia. Um pensamento assustador veio a mim. A atmosfera da Terra era uma mistura extraordinária e instável de gases, e, não obstante, eu sabia que sua composição se mantinha constante ao longo de períodos de tempo muito longos. Será que a vida na Terra não somente criou a atmosfera, mas também a regula ─ mantendo-a com uma composição constante, e num nível favorável aos organismos?”

Desse momento de iluminação, começou a luta de Lovelock para provar que Gaia era um superorganismo, com sistema integrado e integrante, com múltiplos ajustes de equilíbrio dinâmico que leva a homeostase, propriedade de sistemas abertos, seres vivos, de regular seu ambiente interno para manutenção de condição estável e, nesse caso específico, totalmente favorável ao Sistema Vida ─ Planeta Terra.

Resumidamente,  a Terra e seu sistema maior ─ Biosfera, que é o conjunto de todos os ecossistemas, do planeta, sempre trabalharam para manter o ambiente em equilíbrio, dentro de uma condição natural das próprias variáveis, do sistema.

Entretanto,  a proposta de Paul Crutzan, ganhador de Premio Nobel de Química, de um novo período mais recente da história da Terra, período esse nominado por ele de ANTROPOCENO, vivenciado, mais agonicamente, a partir do  final do século XVIII, prevê  influência significativa das ações humanas, tanto no aspecto climático quanto no funcionamento de todo os ecossistemas, do planeta.

Creio que essa proposta é totalmente válida; somos, hoje, 7 bilhões de humanos consumindo, poluindo, destruindo e, o que é pior, sem a mínima consciência do que está acontecendo ao Sistema Vida ─ Planeta Terra.

Conversando com uma jovem amiga,  Rebeca, veio, de forma espontânea uma pergunta ─ será que as coisas teriam que ser assim, ou poderia ter sido diferente?

Consideramos que, de uma forma racional e lógica, as coisas poderiam ser diferentes; entretanto o racional e o lógico não trabalharam, favoravelmente. A ausência de um planejamento familiar ─ um controle de natalidade, para sermos claros e objetivos ─ redundou nessa cifra assustadora de 7 bilhões de humano.  Além disso, o sistema capitalista, em sua face mais cruel, implantou o consumismo impiedoso, que assim o é, tanto para Gaia quanto para o próprio animal humano. Somos os maiores e piores predadores de  todos os recursos naturais, do Planeta;  em contrapartida, o sistema capitalista usurpa quase toda nossa energia, debilitando-nos para também fazer prosperar a indústria farmacêutica que, dificilmente,  quer a cura e sim, a manutenção da doença para utilização, até a morte, de drogas das mais diversas como forma de “alívio” e prevenção de piora.

Mas, a questão, não é mais divagar sobre possibilidades passadas e sim, procurar respostas e soluções para o que temos, hoje.

Outra questão importante que Rebeca mencionou, é a questão da absurda loucura das pessoas em cuidar de sua própria subsistência; a luta é feroz, diz ela e completa ─ as pessoas estão sem tempo para mais nada além; convivem com inúmeros problemas. Mulheres que tem filhos, largam as pobres criaturas nas creches,  para poder trabalhar; ninguém está preocupado, ninguém tem saco para ouvir sobre mais problemas do que os que já tem; a maioria está endividada até a raiz dos cabelos e tem que achar um meio de pagar suas loucuras consumistas.

Incrível!  Em seus jovens 25 anos, Rebeca fecha,  com chave de ouro, análise de uma das principais causas da realidade,  de hoje. Mediante o que vimos, acima,  talvez não seja justo qualificar o animal humano de alienado; ele é vítima de um sistema perverso que, munido de todo o conhecimento possível, da psique humana  explora, de forma extraordinariamente forte, nossas fraquezas, dependências, desejos, sonhos, fantasias, frustrações.  Com a eficiente ajuda dos diversos tipos de  mídia, o sistema injeta,  minuto a minuto suas mensagens coloridas de bem- estar e felicidade, sempre atreladas a um bem material, a ser comprado.

Contando com essa grande necessidade de fuga, da realidade vigente, o sistema capitalista incita o ter como prêmio à estressante atividade humana em busca da chamada  sobrevivência que, neste caso,  vai muito além das poucas e reais necessidades, para.  Basicamente, precisamos de ar, água e comida, justamente os itens mais ameaçados, na atualidade.

Uma das grandes ameaças é o açambarcamento de terras produtivas, por grandes empresas multinacionais, em diversas partes do mundo, principalmente África. Cerca de 45 milhões de hectares já foram “roubados” de pequenos e médios agricultores.

Em artigo do dia 06 ─ El incalculáble valor de la tierra ─ do site  http://www.rebelion.org/,
é feito menção ao posicionamento da Via Campesina, a respeito desse acaparamiento (açambarcamento)  de terras; vejamos abaixo,  algumas posições defendidas:

1) Los estados deben hacer un esfuerzo para impulsar –de una vez por todas– políticas de reforma agraria genuina que con una justa distribución de las tierras permita la subsistencia de todas y todos los agricultores locales. Un registro adecuado, el impulso de la gestión colectiva y otras medidas como el coto a la extranjerización de la tierra tienen que ser básicas para garantizar la soberanía alimentaria de los pueblos.

2) Deben también impulsar reformas políticas a todos los niveles –local, regional, nacional e internacional–, con el fin de acabar con las adquisiciones de tierras a gran escala y de promover la autonomía económica a largo plazo y la autodeterminación de los campesinos y campesinas de todo el mundo.

3) No debe permitirse el acaparamiento de tierras bajo ningún concepto. No aceptamos las propuestas del G-20 y el Banco Mundial que proponen “la inversión responsable”, pues sabemos que sólo es una etiqueta para justificar un atentado contra el uso colectivo de un bien público como es la tierra.

4) Se debe asegurar que las tierras del planeta sean gestionadas bajo criterios agroecológicos, en un compromiso estable y permanente de respeto por la tierra.

Em outro artigo, de mesma data e mesmo site, consta informação de que, segundo estudos recentes publicados pela revista Marine Ecology Progress Series, em 2050, serão necessário 27 planetas Terra para dar conta da alimentação  (e demais necessidades),  da humanidade. São, apenas, 39 anos à frente; talvez isso nos informe que hoje ─ 2011 ─, já estamos na reta final do esgotamento dos recursos naturais, se essa avaliação estiver correta, como penso estar.

O artigo referido e constante do mesmo site é:  El 27, un número imposible de Eduardo Montes de Oca.

Em razão dessa falta de tempo, das pessoas, em pesquisar, analisar situações vigentes, nós que temos o dia disponível para pesquisar, ler, pensar tentamos um meio para expor assuntos que demandariam tempo de pesquisa, já que as grandes mídias, deles não falam.

Há muita gente lutando para alterar parte da realidade que tomamos conhecimento; mas, essa gente não tem apoio dos meios de comunicação que poderiam informar, alcançando maior abrangência. Assim mesmo, esse pessoal visionário e lutador,  deve continuar alertando, da forma que lhes é possível.

De nossa parte, é essa a maneira como podemos ajudá-los ─ escrevendo, publicando, falando, expondo; perante o todo, somos praticamente invisíveis;  mas pelo que sabemos, algumas poucas pessoas, além de brasileiros, têm acessado o blog em diversos países; isso nos incentiva a continuar, nos dá ânimo e faz com que almejemos, com nosso simples trabalho,  oferecer pequena ajuda a quem está diretamente envolvido na luta pelo Sistema Vida ─ Planeta Terra.

Maria
Estrela Lunar Amarela


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