Amigos do blog, essa semana
resolvi abrir espaço diferente para algo muito interessante e profundo, escrito
por uma jovem amiga.
Conheci, de forma mais
integral, essa garota, quando ela tinha 10 anos; surpreendeu-me, na época, seu
extenso conhecimento sobre Raul Seixas e, mais importante que isso, suas
incríveis percepções, e comentários profundos sobre várias e
várias músicas, dele. Claro que seu conhecimento, vinha de um meio em que Raul ─ entre outros rebeldes, da época ─ era constantemente,
ouvido. Mas, como ela, particularmente, “vivenciava” e “sentia” as mensagens de Raul, era algo de causar
espanto, realmente.
Desde essa época, até hoje,
somos amigas e quando nos encontramos,
as conversas tendem ao Infinito mas, com os pés bem assentados, no
terreno, para não sermos “sequestradas”
pelo Infinito o que, aliás, não seria nada tão ─ inesperado e indesejado!
Essa poesia não foi a
primeira, dela, mas sim, uma das que mais me despertou algo indizível; por essa
razão, compartilho-a com vocês com a certeza de que irão gostar.
Virá toda em itálico e
exatamente como ela repassou inclusive, como queria, “assinar”.
Chego em casa..., depois de mais um dia de trabalho.
Giro a chave; abro a porta.Entro.
Ali está ela!
Posso vê-la sentada, apoiada na mesa.Eu não digo nada; apenas puxo a cadeira e me sento ao seu lado.
Eu não esperava a visita.
Mas, ela é bem vinda!
Olho para ela...
Nós nos olhamos e em seus olhos eu posso
ver....
Posso ver meu próprio reflexo.
Ela, a Solidão, veio me visitar!
Às vezes, conversamos...
Percebo que seus olhos mexem, suavemente,
como quem quer dar uma explicação...
Percebo que parece adivinhar o meu conflito,
como normalmente faz!
Então, ela rompe o silêncio....
Aos poucos, começa a narrar a história
do universo, me transportando para o
enredo de um cenário magnífico.
Conta que o universo nasceu de um ponto
minúsculo de “vácuo”, e através da expansão desse vazio, o universo nasceu.
E
o que ocorreu com esse ponto minúsculo é que Ele sofreu uma grande expansão!
Expandiu e expandiu!
Expandiu tanto, que deu origem ao universo!
E o Universo nasceu do “vácuo”, num
vazio infinito!
Pergunto a ela como é possível.
─ Como pode algo tão grande como o universo,
surgir de um ponto de vácuo?
─ Um pedaço minúsculo de vácuo dar origem
há tudo que existe?
Ela
se cala ...
Eu a encaro, esperando uma resposta.
Ela baixa a cabeça, pensativa, meditando uma resposta e diz:
─ Simples!
─ Olhe para mim!
─ Eu sou a sua
solidão.
E só existo porque dentro de você existe
um ponto de vácuo. Um ponto de vazio que se expande!
E
sempre que eu apareço, esse ponto se expande um pouco mais; você aprende cada
vez mais a lidar comigo, vendo-se nos meus olhos.
E quando sentamos juntas, nós
conversamos de tudo!
Seus Amores; seus amigos; seus
amantes... e todas as memórias que preenchem você.
Eu não sou um ponto vazio!
Eu sou um ponto vazio de solidão, que
entra em expansão para poder ser preenchido.
E em mim, você se encontra. E em mim, você se preenche .
E assim, o universo preenche o ponto
vazio.
E assim nasceu o universo....
Agora quem baixou a cabeça pensativa, fui
eu.
...
─ Acho que entendi!
...
Quando volto a erguer o olhar...
Ela se foi.
Fiquei eu ...
e
um ponto vazio.
Junho/2012
Contato com autora pode ser
feito através do e-mail: reb_fortuna@yahoo.com.br
Não se intimide com a falta de comentários; isso faz parte de nossa labuta! À ausência total de comentários - favoráveis ou não -, ainda não encontrei razão específica.
ResponderExcluirVamos continuar, assim mesmo, certo?